sábado, 31 de dezembro de 2011

2012 vem ai...





Cortar o tempo


Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.


Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.


Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente


(Carlos Drummond de Andrade)



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Muito lembrado neste período, vejo neste poema de Drummond a perfeita definição do que representa o ciclo entre o fim de um ano e o começo do próximo. Época em que costumamos fazer uma reflexão sobre o período que passou, renovamos esperanças e formamos expectativas sobre os dias que virão.

A exemplo da virada para 2011, irei passar para 2012 sem a típica melancolia que costuma me acometer em finais de ano. Sem dúvida, 2011 foi para mim um ano de superação. Foram muitos e intensos os momentos de provação, tristeza e ausência de perspectivas, principalmente diante do inesperado.
Sem hipocrisia, estes percalços passaram e, inclusive renúncias que precisei fazer, resultaram em crescimento pessoal. Agradeço muito a Deus, as pessoas que amo e àqueles que se colocaram ao meu lado, mesmo sem laços de sangue. 

E, sem dúvida, este crescimento me ajudará em 2012, diante de vários desafios que se colocarão diante de mim. Alguns deles ainda são pendentes de 2011 e outros já são previstos, mas, com certeza, ainda virão alguns que sequer faço idéia.

Somente, mais uma vez, agradeço a todos que convivem comigo, nem que seja só um pouquinho, e que Deus possa me dar mais discernimento para saber como agir com sabedoria nestes momentos!

E que venha 2012!!!

“Só é possível, te amar...”



O último dia 29 de dezembro marcou os dez anos da morte da cantora Cássia Eller. Apesar do fato, felizmente, podemos dizer que sua voz não se calou. O período em que viveu favoreceu inúmeros registros audiovisuais e sonoros do seu talento que, indiscutivelmente, comprovam sua presença entre as maiores intérpretes da música brasileira. Até hoje, nos mais diferentes momentos, sua obra é minha constante companhia (e sempre será!).

Inclusive o título do post, retirei da música “No Recreio”, gravação então inédita que integra o CD “Dez de dezembro”, uma produção de Nando Reis lançada alguns meses depois que ela morreu (a parceria com o músico merece um parágrafo à parte, mais para frente...). Dez de dezembro é o dia que Cássia nasceu, em 1962, e o belo clipe é composto por filmagens caseiras, onde aparece em vários momentos com o filho Chicão e a companheira Maria Eugênia.




Cássia Eller deixou uma lacuna que jamais será preenchida, por seu estilo único de interpretar. É até engraçado relembrar suas imagens no início da carreira, em que cantava de forma tímida e discreta. Timidez, aliás, marcante em suas entrevistas, em que falava baixo, invariavelmente baixava a cabeça e procurava disfarçar a tensão, trocando anéis de uma mão para a outra, apertava as próprias mãos, mudava o jeito de sentar, entre outros.

Ao longo dos anos, se afirmou. Ela simplesmente explodia e tomava conta de todo o palco com uma energia única, soltando o vozeirão rouco e demonstrando olhares, gestos e expressões faciais que contagiavam qualquer platéia.



Por muito tempo, Cássia tinha fãs e seguidores fiéis, porém, desconhecida do grande público. Seus sucessos mais conhecidos eram músicas que fizeram parte da trilha sonora de várias novelas da Rede Globo. Ironicamente, ela partiu no momento em que divulgava o “Acústico MTV”, seu primeiro trabalho a vender mais de um milhão de cópias e sua agenda de shows se intensificou.

O álbum também consagrou a versatilidade da intérprete. Conhecida pro cantar sucessos do pop-rock nacional, especialmente compositores como Nando Reis, Renato Russo e Cazuza, ela mesclou este repertório com interpretações únicas de The Beatles, Edith Piaff, Chico Science, Os Mutantes, samba de raiz da dupla Alvarenga & Riachão e Chico Buarque.




Deixei para o final a parceria entre Cássia Eller e Nando Reis. Até abordei o assunto em um texto anterior, mas vale pena voltar. É um dos casos únicos da música, arrisco até falar internacional, de vermos dois artistas se complementarem de uma forma tão perfeita.

Como disse anteriormente, me identifico muito com várias composições do Nando, que me sensibilizam de forma realmente especial. E sem dúvida, Cássia foi a melhor intérprete de muitas delas, um degrau acima de outros artistas e do próprio autor.

A relação entre os dois também era única. Sempre que os via juntos no palco ou em entrevista, me impressionava com o amor de verdadeiros irmãos que sentiam um pelo outro, explicitado nos olhares e gestos de admiração e cumplicidade mútuos.




A exemplo de “No Recreio” e “Meu mundo ficaria completo (Com você)”, Nando criou algumas das músicas de Cássia que mais gosto, casos de “Relicário”, “All Star”, “ECT”, “As Coisas Tão Mais Lindas”, entre outras. Entretanto, creio que nenhuma letra e interpretação superam “O Segundo Sol”...


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

So this is Christmas...


Mais um Natal chegando. E nunca é demais lembrar que seu significado é muito maior do que as belas luzes, decoração, presentes, Papai Noel etc e tal. Vamos lembrar sim da chegada do Menino Jesus e que, realmente, a data traga aos nosso corações muita paz, amor, luz, harmonia, união e renovação.

Abaixo, algumas canções impossíveis de esquecer nesta época!












Digamos que... Feliz Natal!!!

sábado, 17 de dezembro de 2011

“Porque eu amo cantar!”



Vivi nesta semana um raro momento de emoção, inimaginável para mim alguns anos atrás. Assisti a um show do grande cantor Cauby Peixoto, sem dúvida, um dos maiores intérpretes da música brasileira em todos os tempos. Tenho todas as razões de me considerar um privilegiado, afinal, hoje em dia são poucos os shows que o artista tem feito fora de São Paulo.

E apesar de muitas restrições físicas e de saúde que os 80 anos de vida e os 60 anos de carreira lhe impuseram, felizmente, sua voz e talento permanecem inalterados.

E apresentações suas ao vivo estão cada vez mais raras, inclusive com alguns shows cancelados nos últimos anos, por imposição de sua saúde. São visíveis os sinais que o tempo passou para ele, inclusive para deixar o clube: agradeceu, mais saiu sem atender a grande fila de fãs, enquanto um carro adentrou ao ginásio para retirá-lo.

Muito por conta da necessidade insaciável por auto-afirmação que vivemos durante a adolescência, sem muita lógica para tal, tornei Cauby durante muito tempo alvo de duras críticas infundadas, principalmente, por conta do seu visual extravagante.


Ainda bem que os anos se passaram e amadureci o suficiente para compreender a real dimensão do que o cantor representa para a cultura nacional. E que belas canções e interpretações não são peças de museu, mas existem para ser eternamente lembradas e sentidas.

No show a que assisti, Cauby é acompanhado apenas pelo violonista Ronaldo Rayol, que o ampara pelo braço, juntamente com uma assessora, enquanto “A Voz” se dirige com passos lentos para o palco. Ele passa os pouco mais de 70 minutos do espetáculo sentado e, com o vozeirão m plena forma. Inacreditavelmente toma água somente antes das duas últimas músicas, além de acompanhar perfeitamente as letras das canções, com um caderninho a sua frente.

O público foi bastante variado, com uma considerável presença de jovens e crianças, embora a imensa maioria seja formada por quem o acompanha desde os áureos tempos do rádio, em que fãs ensandecidas rasgavam suas roupas pelas ruas.

Seu repertório é bem variado, desde clássicos obrigatórios como “Bastidores” e “Conceição”, músicas de Caetano Veloso, Roberto Carlos, canções em italiano, francês e um legítimo flamenco espanhol, e duas das canções que considero das mais belas dos Beatles (Yesterday e Something), entre muitas outras.


Inúmeras vezes, o artista foi aplaudido de pé durante as canções. E de cima do palco, retribuiu emocionado o carinho do público, com sorrisos, agradecimentos e beijos. Com o anúncio do fim do show, permaneceu, após os tradicionais gritos de “Mais um!”, e entoou mais três músicas.

Entretanto nesta sequência final, surpreendentemente, boa parte da platéia se levantou e criou uma bonita imagem. Afinal, muitos se esqueceram dos cabelos brancos, carecas, rugas e possíveis dores pelo corpo para se amontoar em pé diante do palco, reverenciado o ídolo de perto.

Nos minutos finais do espetáculo, cantou sucessos de outro mito inigualável, também chamado de “A Voz”, Frank Sinatra, “New York, New York” e a insuperável “My Way”. Cauby então “se convidou” para retornar a Sorocaba em breve, enquanto reverenciava a platéia em sinal de retribuição:

- “Vocês gostam de música? Sim, vocês gostam: olhem só para isso!” (apontando para a platéia em pé).

- “É só me convidarem para voltar, que eu volto. Porque eu amo cantar!”

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Paulista

Foto: SPTuris

Os principais veículos de comunicação do Brasil se lembraram nesta quinta-feira (8) do aniversário de 120 anos da Av. Paulista. Até pensei em algo diferente, para fugir de "A mais Paulista das avenidas" e outros clichês do gênero, mas confesso que não consegui. Só para ser um pouco mais repetitivo ainda, direi que, na verdade, ela é a "mais Paulistana" delas.

Desde a infância, ela é um dos pontos de São Paulo que mais me encanta. Muito por conta dos imensos edifícios, "coração do centro financeiro do Brasil", a diversidade do seu comércio, gastronomia e centros culturais, suas estações de metrô, palco das mais diversas manifestações populares e festas (em especial, os títulos do Coringão), pessoas e carros passando por todos os lados...

Foto: O Estado de S. Paulo

Nos últimos dois anos, nossa relação tornou-se mais próxima. Devido a compromissos de estudos e profissionais, a estar sempre na capital e, na maioria desta vezes, ficava perto dela. Andar pela Paulista me dá uma sensação bom, meio de "me sentir em casa" mesmo, inclusive aproveitando para simplesmente conhecer suas travessas.

Pude ainda constatar ao vivo, como todo mundo fala também, que "São Paulo não para!". É muito legal observar a intensidade da vida desta avenida durante 24 horas por dia, mesmo aos finais de semana. Agora mesmo, com certeza ela está especialmente bela, com os prédios decorados para o Natal - o que leva mais pessoas a passarem lá durante a noite.



Abaixo, vão alguns links do que a imprensa nacional falou hoje sobre a Av. Paulista, que compartilho para encerrar minha singela homenagem:






Av. Paulista, no início do Século XX Foto: O Estado de S. Paulo

domingo, 4 de dezembro de 2011

#VivemosDeCorinthians

Foto: Danilo Verpa / Folhapress

Foto: Leo Pinheiro / Agência Estado

Foto: Adriano Vizoni / Folhapress

Reprodução: Corinthians.com.br

#VivemosDeCorinthians

Fotos:  Daniel Kfouri / Nike Futebol









Considerações Prévias



E “A Semana” está chegando ao fim daqui a pouco. E um domingo depois de ser quase campeão, quis o destino que o Corinthians decidisse o título Brasileiro diante do arqui-rival Palmeiras justamente hoje, domingo em que a Nação Corintiana acordou de luto, se despedindo do Dr. Sócrates. Vou deixar aqui algumas impressões da rodada que irá começar daqui a pouco, para que não seja influenciado pelos resultados.

Evidentemente, o Corinthians é favorito, pois só perde o título se perder para o Palmeiras e o Vasco da Gama vencer o Flamengo. O Timão tem é mais forte e organizado e terá o Bando de Loco fazendo o Pacaembu ferver. Acredito que a massa rubro-negra também deva empurrar o Mengão, que briga por vaga na Taça Libertadores e pega um adversário desgastado por viagem e derrota durante a semana.

Em resumo: se o Corinthians realmente não faturar o quinto Campeonato Brasileiro hoje, é realmente porque não mereceu ser campeão. Afinal, o time liderou mais de 90% da competição, depois de um início arrasador, que disparou com 12 pontos na frente dos demais. Mas depois disto, o time teve muitos momentos que simplesmente apagou...

Sim, o Brasileirão é muito equilibrado. Entretanto, em alguns jogos, o Timão bobeou completamente, pois já poderia ser campeão neste momento e que, se o caldo entornar, farão diferença: derrotas para os rebaixados Avaí e América-MG (3x2 e 2x1, respectivamente); derrota em pleno Pacaembu, por 0x2, para o instável Botafogo;  e empate por 2x2 com o Ceará, que briga para não cair, também no Pacaembu.

De qualquer forma, o ano corintiano começou desastroso e termina com o saldo altamente positivo. Após a humilhante eliminação diante do Tolima na Pré-Libertadores, a antecipação da aposentadoria de Ronaldo e a saída de Roberto Carlos, o técnico Tite, apesar de muitas críticas que faço, soube reconstruir o elenco sem nenhuma estrela, que já sofria pela aposentadoria do capitão William e saída de Elias. 

Craque contratados, somente Liedson, que a própria timidez o impede de ser estrela e teve um custo baixo, e Adriano, que vive um ano de recuperação e incertezas. A diretoria acerto no alvo também com as últimas contratações, casos de Alex, Emerson Sheik, o incansável Willian e (por que não?) o dedicado Fábio Santos (pouca técnica, compensada com vontade), as boas surpresas Welder, Edenílson e Luiz Ramirez (que passou por dificuldades, mas apareceu no momento certo).

O Timão ainda viu a afirmação de jogadores de jogadores que estavam no elenco, casos de Paulinho, Danilo, Júlio César, Leandro Castãn e Paulo André (que superaram com técnica e liderança a aposentadoria de William e a má fase de Chicão), juntamente com os guerreiros Ralf e Alessandro. Esta decisão ainda pode ser marcante para o atacante Jorge Henrique, ídolo da Fiel por sua raça e dedicação, mas que viveu um 2011 de dificuldades.

E que São Jorge continue olhando por nós!

Obrigado!



Sem mais: http://migre.me/6jpBp


terça-feira, 29 de novembro de 2011

Discrição única


Apesar de já ter falado uma vez, nunca é demais relembrar do excepcional George Harrison. O mais discreto, porém, igualmente talentoso Beatle, que perdia a batalha contra um câncer há exatos dez anos. 

Homenageando este genial compositor e instrumentista, indico um especial postado no site do jornal O Estado de São Paulo, principalmente a trajetória do artista e o bem sacado "Dez motivos para George Harrison ser seu beatle favorito".

Abaixo, algumas lembranças da obra do artista. Pois como lembrou o Estadão, muitas das músicas do quarteto não seriam as mesmas sem a presença dele.



domingo, 27 de novembro de 2011

90 minutos

Foto: Nikefutebol.com


É exatamente este o tempo que vai terminar em glória ou frustração. Hoje, sentimentos se alternaram, entre um grande sufoco, a sensação brevíssima de se sentir campeão e a decepção por ter que aguardar mais uma semana.

Apesar da vantagem de empatar ou até mesmo perder para o Palmeiras para ficar com o título, caso o Flamengo ganhe do Vasco, deixar a decisão para um clássico, na última rodada, será uma carga de adrenalina extrema.

Sem pretensões no campeonato, a grande motivação do Verdão será tirar nosso campeonato, depois de praticamente despachar o São Paulo da Libertadores, e os atletas quererem se garantir no elenco, que deve passar por grande reformulação. 

Já o Corinthians, temo o time sentir o peso da obrigação de ficar com o título. Sim, temos mais time e temos vantagem: basta jogar com a mesma vontade demonstrada no 2º tempo hoje. 

Para facilitar as coisas, bem que o Flamengo poderia vencer o Vasco. Afinal, mesmo com menos time, o rubro-negro briga por vaga na Libertadores e pegará um adversário desgastado por viagem e jogo da Copa Sulamericana. Quem sabe o aposentado Ronaldinho tenha outro lampejo do super-craque que ele foi um dia...

De resto, só resta torcer para que São Jorge, novamente, olhe por nós! Sim, corinthiano gosta de sofrer: quanto mais sofrido, melhor é o sabor do triunfo. Entretanto, até eu to achando que desta vez está demais...

Revoluções Por Minuto



Assisti na última sexta-feira (25) a um show do RPM aqui em Sorocaba. Apesar de, corneta como sou, cornetar algumas vezes as eternas idas e vindas da banda, o show é garantia de diversão. Mesmo alguns desentendimentos depois e os períodos de afastamento ao longo dos anos, Paulo Ricardo, Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e P.A. Pagni demonstram um perfeito entrosamento no palco e parecem se divertir junto com a platéia.

A exemplo de crítica que li recentemente no jornal O Globo, o clima na apresentação é de total volta aos anos 1980. Como já disse outras vezes, devo ter uns 10 ou 15 mais do que meu RG diz, pois sou muito fã de tudo relativo a este período.

É fato, como Jamari França disse, as separações do RPM impediram a renovação do público da banda, ao contrário do que aconteceu com seus contemporâneos - fenômeno notado especialmente com o Capital Inicial. Mas o fator é positivo, pois a grande maioria que estava lá aparentava ter mais de 25 anos e cantava os hits da banda na ponta da língua, além do quase cinquentão Paulo Ricardo provocar sobre a mulherada os mesmo efeitos que provocava quando a banda ia receber Discos de Ouro no Chacrinha ou no Globo de Ouro...


E o show foi especialmente montado para agradar a este público fiel. Achei ótima a sacada do telão exibir imagens históricas da banda, como programas de TV e capas e fotos de LPs enquanto os músicos e o público entoavam Revoluções Por Minuto, Rádio Pirata, Louras Geladas, Olhar 43, Alvorada Voraz, entre outros.

Excelente também o momento "Banquinho & Violão", com as mais calminhas "Onde está meu amor?" e as clássicas "London, London" e "A Cruz & A Espada". Eles tocaram inclusive "Dois", que Paulo Ricardo gravou em sua carreira solo - aquela lá: "Eu sei, que eu / Eu queria estar contigo / Mas sei, que não...". Aliás, esta fase romântica do artista é chamada por muito de brega! Entretanto, não vi um no show que não soubesse cantar...

Músicas inéditas? Foram umas 3 ou 4. Mas, afinal, quem lá queria saber delas mesmo?

domingo, 20 de novembro de 2011

Liderança Imperial

Foto: José Patrício / Agência Estado

Mais uma vitória épica, com cara do Corinthians. O Atlético-MG era eficiente na marcação e conseguiu fazer 1x0 a partir de um lance de bola parada, que se originou em uma bobeada de Danilo. Justamente ele, que neste Brasileiro calou minhas críticas e se confirmou com peça fundamental, mais precisamente, "O Cérebro" da equipe. O Timão conseguia pressionar, mas quando chegava, parava nas mão do ótimo goleiro Renan Rocha.

Emerson Sheik também fazia uma partida baste apagada, errando lances incomuns - como ele mesmo admitiu em entrevistas pós-jogo. Na minha opinião, era ele quem deveria ter saído para a entrada de Adriano. Mas Tite optou por tirar o sempre eficiente Willian, alteração que eu, assim como a grande maioria dos corintianos do Brasil, critiquei.

Mas, novamente Sheik provou ter estrela em momentos decisivos. Justamente dos seus pés, se originaram os gols da vitória, feitos pois dois homens nascidos para fazer gols: Liedson, decisivo como sempre e, principalmente, Adriano.

Mais de um ano sem balançar as redes, duas cirurgias depois e conhecido por seu frágil estado psicológico, o Imperador se tornou, ainda mais, alvo de duríssimas críticas, contestações e questionamentos neste período. Sua explosão depois de marcar o gol e sua vibração junto a Fiel simbolizam bem que, quem é importante, aparece no momento decisivo. E o que é melhor: pode garantir a ele a confiança de que tanto precisa.

Com certeza, mesmo se o Corinthians for Campeão Brasileiro, não faltarão críticas a Adriano, sobre o excesso de peso, salários altos, espírito baladeiro, etc., etc. e etc. Entretanto, faltando duas rodadas para o Brasileiro acabar, é possível que o Imperador realmente não faça nada em um ano: "apenas" o gol do título!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Vitória por nocaute!


Logo que vi as primeiras imagens de divulgação do filme “Gigantes de Aço”, confesso não ter sentido vontade de assisti-lo. Imaginei se tratar de mais uma história de um pai relapso, que conhece o filho depois de anos e, e uma enxurrada de clichês depois, despertam os sentimentos e o amor verdadeiro. Entretanto, críticas favoráveis ao filme me fizeram mudar de idéia. Felizmente, descobri que estava enganado!

Longe de ser um marco na história do cinema, mas “Gigantes de Aço” combina diversão, adrenalina e emoção na medida certa. A melhor definição para ele é um entretenimento saudável para toda a família, sem níveis profundos de reflexão. Ou como bem definiu o site Omelete, o longa-metragem é uma espécie de “Rocky do século XXI”.

A Dreamworks conseguiu obter uma produção original misturrando elementos mais do que batidos, como as histórias de superação pessoal comuns em filmes de lutas (“Rocky – O Lutador”, “A Luta Pela Esperança”, “Menina de Ouro” etc.), pai e filho com relação conturbada (“Falcão, o Campeão dos Campeões” e “O Vencedor”), além de histórias emotivas com a marca de Steven Spielberg – guardadas as muitas diferenças, me lembrei um pouco de “Inteligência Artificial”.


Em 2020, o “Boxe de Robôs” a ser um dos esportes mais populares do mundo, ocupando o espaço que já foi do boxe e hoje é do MMA – afinal, a luta entre humanos teria perdido a graça. O ex-pugilista Charlie Kenton (Hugh Jackman) tenta sobreviver participando de campeonatos entre as máquinas valendo dinheiro, o que o deixa cada vez mais endividado.

Charlie então é obrigado a conviver com o garoto Max (Dakota Goyo), filho que teve com uma ex-namorada e, aos 11 anos, jamais conheceu ou teve qualquer informação sobre o pai. E é justamente no menino o diferencial do filme: ao invés de uma criança chata que acabou de perder a mãe e tem um pai relapso, Max é inteligente, irônico, ousado e teimoso - botando o malandro Charlie no bolso em muitas situações.



Outro protagonista da história é Atom, um ultrapassado robô sparring (criado para ser usado em treinos), achado pelo menino em um ferro-velho e com quem desenvolve uma relação de amizade e confiança. E graças à insistência de Max, Atom passa a participar de lutas e favorecer o nascimento de uma relação entre pai e filho. Sim, alguns clichês entram aqui, mas de uma forma leve e divertida, sem ser piegas!

Destaque também os elementos técnicos do filme, que retrata a visão de um futuro bem próximo. Os robôs-lutadores são muito bem feitos, assim como o ambiente dos ringues ilegais e da liga WRB, entidade equivalente ao UFC que conhecemos hoje.

Claro, os confrontos entre as máquinas em cima dos ringues são de tirar o fôlego! Para quem já torceu muito por Rocky contra Apolo Doutrinador, Clubber Lang, Ivan Drago, Tommy Gunn e Mason Dixon é impossível não fazer o mesmo por Atom diante dos adversários, muito mais fortes e poderosos do que ele!

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

“Respeitável público!!!”



Assisti na noite do último domingo (6) ao filme “O Palhaço”, o segundo dirigido e co-roteirizado pelo ator Selton Mello. Considerei o longa-metragem muito melhor do que as diversas críticas favoráveis que li, além dos prêmios já conquistados pela produção. Impressionante como o filme consegue ser tocante de uma forma simples, contando com bom humor e sensibilidade uma história recorrente, porém, de uma forma diferente.

Selton Mello é o protagonista Benjamin, filho de Valdemar (Paulo José), fundador do Circo Esperança, personagem de uma ingenuidade e pureza claramente inspirada em Charlie Chaplin e outras referências citadas pelo diretor, como Oscarito, Didi Mocó e o cineasta francês Jacques Tati. No picadeiro, pai e filho superam a distância do seu relacionamento, transformando-se na dupla de palhaços Pangaré & Puro Sangue.

Mas sem a maquiagem e a fantasia, Benjamin sofre com busca por sua identidade e os problemas enfrentados no dia-a-dia pela trupe do paupérrimo circo, que se embrenha nas estradas pelas estradas de terra entre as cidadezinhas e lugarejos pelo interior do Brasil de uma data incerta, mas que deve estar entre os anos de 1970 e 80.



Dispensável falar da forma soberana com que Selton e Paulo José conduzem seus personagens: só mesmo vendo na tela a perfeita sintonia entre os dois, que realmente emociona. Importante também destacar o espírito de uma verdadeira família que une os artistas do Circo Esperança, nas inúmeras situações absurdas que eles vivem, que nos fazem rir e pensar.

Outro grande destaque do elenco é a garotinha Guilhermina, interpretada pela atriz Larissa Manoela que, aos 8 anos de idade, tem uma expressividade que muitos adultos jamais sonharão em chegar. A participação da criança na história nos faz lembrar de alguns clássicos do cinema, como “O Garoto”, de Chaplin, e “Mon Oncle” (“Meu Tio”), grande filme de Jacques Tati, que tive a oportunidade de assistir na faculdade.



A história do circo itinerante pelos confins do Brasil permite a aparição de tipos tão impagáveis quanto os artistas circenses, como prefeitos, delegado, violeiros e diversos tipos de picaretas. Entre as pequenas, porém marcantes participações especiais, vale destacar Tonico Ferreira, Moacyr Franco, Jackson Antunes, Ferrugem (sim: ele ainda existe!) e Jorge Loredo (sim, ele mesmo: Zé Bonitinho, o Perigote das Mulheres...)

Acima de tudo, o filme é competentíssimo em reproduzir na telona a magia transmitida pelo picadeiro!


domingo, 6 de novembro de 2011

"Faltou vontade. Foi ridículo"

Foto: Ari Ferreira / Lancenet


As palavras não são minhas, mas sim do presidente do Corinthians, Andres Sanchez. É simplesmente inacreditável a instabilidade do time, depois da espetacular virada diante do Avaí, apresentar um futebol simplesmente pífio diante do lanterna América-MG. O Coelho em nenhum momento pressionou ou jogou com a garra de quem quer escapar da degola, mas matou o jogo em duas bolas paradas, com o placar de 2 a 1.

Tudo bem que o pênalti contra o Timão foi inexistente, mas nada justifica o comportamento ridículo da equipe. Três chutes a gols em 90 minutos, para um time que é líder e busca o título? Ao contrário do que disse o técnico Tite, o Corinthians foi sim cagalhão hoje, jogando encolhido, como equipe pequena. 

E novamente numa rodada em que Vasco, Botafogo e Internacional perderam. Mas ao invés de disparar, o time vê Flamengo e Fluminense voltarem para a disputa do título. Sei não, mas to achando que treinador e jogadores não querem ser campeões...

sábado, 5 de novembro de 2011

Skank - Amores Imperfeitos

Universidade Pública

Foto: Tiago Queiroz / Agência Estado


Sempre defenderei ardorosamente a universidade pública, gratuita e de qualidade no Brasil. Muito do que sou e penso, devo a uma verdadeira vida que passei durante os 4 anos em que permaneci na Universidade Estadual Paulista (Unesp), onde me graduei em Jornalismo pela Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac), no campus Bauru, em 2005. Cinco anos depois, embora em um contexto diferente, conclui um curso de especialização, pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) - a qual espero retornar em breve. 

Além da qualidade do ensino, dos professores e das inúmeras oportunidades de conhecimento, uma das coisas que mais me fascina na universidade pública é o fato de elas serem uma espécie de “universo paralelo”. É inigualável a experiência de se conviver com tamanha diversidade humana, levando em conta a formação familiar, localização geográfica, educação formal, orientação política, religiosa, sexual, entre outras. Isto fora o próprio ambiente, que te possibilita conhecer várias linhas de pensamento, leitura, pesquisa e estudos diferentes.

Mesmo assim, há algo em comum, pelo menos, para a maioria dos universitários: é um ideal de contestação e mudanças que você carrega dentro de si. Não digo um ideal revolucionário ou orientação partidária, mas sim um sentimento puro, em especial, quando você acaba de completar 18 anos, gosta de se manter bem informado e opta por um curso superior em Comunicação Social. 

Entretanto, lembro que, logo de cara, alguns fatores me fizeram perder um pouco deste encantamento. O movimento estudantil foi o principal deles, principalmente, seu uso político. Por mais que achasse justa a maior parte das reivindicações e reconhecer sim as falhas por parte do Poder Público, discordava muito dos métodos e procedimentos adotados e visão maniqueísta do Bem x Mal, inclusive com coação ao pensamento contrário, que resultaram com que me afastasse de qualquer tipo de envolvimento.

Muitas lideranças deste tipo de movimento que, com razão, apontam a partidarização das entidades estudantis (UNE, Ubes, entre outras), mas tentam esconder que não passam de células partidárias implantadas universidade. Ai passam a atacar os governos (sejam eles quem forem) e a “sociedade burguesa”, repetindo conceitos que Karl Marx pregava no século XIX e que, com certeza, teria atualizado se vivo estivesse  - a exemplo de diversos pesquisadores sérios presentes nas universidades, que se dedicam à obra de Marx.

Aliás, integrantes deste tipo de movimento adoram se rotular como “Marxista”, “Hegeliano”, “Lukácsiano”, “Bakuniniano”, entre outros. Mesmo que sequer tenham lido alguma obra completa ou compreendam a real dimensão destes teóricos. Apenas se limitam a repetir frases feitas (séculos atrás) e atacar toda a  alienação, que transforma a “sociedade burguesa” em "massa de manobra", alimentada pela “mídia neoliberal”.

Lembrei de tudo isso ao ver as imagens dos estudantes que hoje estão ocupando irregularmente o campus da USP, pois é indemissível esta postura dos que se julgam revolucionários, repetindo os clichês que falei, usando dinheiro público para passar por cima das leis, inclusive cobrindo os rostos de forma semelhante a criminosos.

Agora me respondam, qual revolução? A de pessoas que se julgam especiais para passar por cima das leis do Estado, mas que dependem do dinheiro dos pais até mesmo para comprar seu baseadinho? Até acho graça, pois alguns que agiam assim no passado, hoje também trabalham para “O Grande Capital” ou para "Burgueses Neoliberais da Direita". Afinal, hoje eles têm contas para pagar...

Felizmente, costumo manter o otimismo e sonho com uma universidade pública cada vez melhor. Para isso, espero muito que a comunidade acadêmica não só ataque o Poder Público, mas que se desencastele e se movimente, para que efetivamente cumpra seu papel de ensino, pesquisa e extensão. Afinal, o conhecimento deve chegar à toda população, pois, infelizmente, hoje em dia ele ainda está muito restrito às prateleiras das bibliotecas...

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Guns N' Roses - November Rain


Música que sempre associo com mês que está começando e gosto desde quando ela era hit. Tempo em que o Guns fazia um som inovador com clipes muito bem produzidos, que mais pareciam filmes em curta-metragem. Bem diferente do espetáculo patético protagonizado por Axl Rose no último Rock In Rio...

domingo, 30 de outubro de 2011

É lider!

Foto: Edson Lopes Jr.  / Terra

De virada, com 10 homens em campo, na raça e embaixo de chuva. Depois levar 1x0 em casa e tomar sufoco, 2 a 1 em cima do Avaí. Liedson, como sempre, foi decisivo e Emerson Sheik o nome do jogo. Líder de novo e mais um passo importante em busca do título. #VaiCorinthians

“Minha pedra é ametiiiistaaa...”



Ao contrário de muitos pseudo-intelectuais que gostam de discorrer sobre a alienação das massas e manutenção do status quo provocado pela Rede Globo por meio das telenovelas, sou assumidamente noveleiro. Sem contestação, é fato que a telenovela adquiriu características únicas aqui no Brasil e se tornou um dos principais produtos culturais de exportação do país, sendo inclusive alvo permanente de estudos por um núcleo da Escola de Comunicação e Arte da Universidade de São Paulo (ECA-USP).

Após esta introdução, falarei da nova versão de “O Astro”, encerrada na última sexta-feira (28) após quatro meses de exibição. Divulgada pela Globo como “novela das 23h” em um horário habitualmente destinado a mini-séries e especiais, a releitura da trama de Janete Clair foi escolhida para homenagear os 60 anos da teledramaturgia no Brasil, devido ao grande sucesso de sua 1ª versão, exibida entre 1977 e 1978.

E o desafio da equipe dos autores Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro e do diretor Mauro Mendonça Filho, em adaptar a história aos dias de hoje e condensar 186 capítulos em 64, foi concluído com êxito. De modo geral, “O Astro” tem todos os elementos de uma novela na acepção da palavra, com romance, heróis e vilões bem definidos, conflitos movidos por ambição e interesse, além de uma trama policial envolvente. Fora que, em razão do horário, foi possível criar sem muitas amarras do politicamente correto, sem poupar doses de nudez, violência e sexo.

Entretanto, é justamente em seu protagonista Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) que “O Astro” foge um pouco dos lugares comuns. Afinal, mesmo com seus dons mediúnicos, “O Bruxo" faz fama com shows de ilusionismo, assim como toma atitudes eticamente bastante questionáveis no mundo empresarial, na condição de braço-direito do mocinho Márcio Hayalla (Thiago Fragoso).



E ao contrário do que fez em outros remakes, quando procurou “esconder” imagens e menções à novela original, a estratégia desta vez foi lembrar desde o início a trama de Janete Clair. Protagonista da novela original, Francisco Cuoco teve um personagem criado especialmente para ele, Ferragus, guia espiritual que percebeu o dom de Herculano na cadeia e o escolheu como sucessor, e com quem conversava através do pensamento por toda a história.

Grande importância também para o romance entre Herculano e Amanda (Carolina Ferraz), em que ficava clara a forte ligação espiritual entre os personagens, com diálogos extremamente bem construídos e direito a muitas citações literárias.  Aliás, as citações a clássicos da literatura e da filosofia também estavam presentes nos conflitos empresariais do Grupo Hayalla.

A família Hayalla é um caso aparte. Aliás, creio que chamá-la de família é uma afronta, pois desde o início fica explicito a ausência e amor e os atos movidos exclusivamente por dinheiro e poder. Com certeza, a escalação do elenco e o trabalho da direção foram extremamente feliz, casos do vilão-mor Samir Hayalla (Marco Ricca), auxiliado pelos irmãos Amin (Tato Gabus Mendes) e o abobalhado Yousef (José Rubens Chachá).

Justiça seja feita, outros personagens também foram brilhantemente interpretados, casos do hilário vilão Neco (Humberto Martins), o malandro / boa gente Natal (Antônio Calloni) – cuja sequência do assassinato e velório foi uma das mais belas que já vi na TV -, a dissimulada tia Magda (Rosamaria Murtinho), o honesto inspetor Eustáquio (Daniel Dantas), os engraçadíssimos cabeleireiros gays Cleiton (Frank Menseses) e Pablo (Pablo Sanábio), o enigmático mordomo Inácio (Paschoal da Conceição) e a batalhadora mocinha Lili (Alinne Moraes). 

Vavléria foi um show de interpretação de Ellen Roche? Não.
Mas sinceramente: alguém ainda queria que ela soubesse atuar?!?


Aliás, o excelente desempenho do elenco evitou que possíveis pontos fracos destoassem do conjunto, caso do mau caráter Felipe Cerqueira (Henri Castelli que, mais uma vez, interpretou brilhantemente o papel de Henri Castelli!), amante de Clô Hayalla (Regina Duarte).

Agora, deixei o final para falar de Clô. Mais uma vez, numa das poucas oportunidades em que não interpretou heroínas com altas doses de bondade, a perua histérica conquistou lugar de honra na galeria de personagens de Regina Duarte. Destilando altas doses de veneno, interesse, ambigüidade e preconceito durante os capítulos, capaz de mudar de opinião de um extremo a outro em segundos, a escolha de Clô como a grande assassina do marido Salomão Hayalla (Daniel Filho) foi um justíssimo prêmio a atriz.

Aliás, gostei muito da saída achada pelos autores para mudar o desfecho da 1ª versão, quando o assassino foi  Felipe Cerqueira. Por motivações diferentes, mas ambos cansados das humilhações impostas pelo patriarca da família, o mordomo Inácio e o irmão Youssef tentaram matar Salomão naquela noite, em que Clô obteve sucesso. E em mais uma demonstração de suas reações exageradas, a viúva confessou o crime e ironizou, sobre o que "a sociedade" pensaria, coerente com o fato da opinião alheia ser uma das suas maiores preocupações ao longo da história.



Acredito que outros elementos primorosos da novela foram a edição ágil (quase frenética) dos capítulos, aposta arriscada e bem sucedida, e, principlamente a escolha da trilha sonora, numa ótima combinação de músicas de diferentes épocas, como “Easy”, de Lionel Ritchie, tema do casal protagonista, “Quando o sol bater na janela do seu quarto”, da Legião Urbana (tema de Lili e Márcio), e uma versão em português de “Always on my mind”, cantada por Julio Iglesias (que exala o perfume de uma adorável cafonice!). 

Claro, sem esquecer o tema de abertura “Bijouterias”, uma perfeita viagem na maionese de João Bosco e Aldir Blanc, criada para versão original da novela. Sim, a música não faz o menor sentido, mas é um chiclete que não sai da cabeça de jeito nenhum...

Sem dúvida, a novela teve erros, mas creio que os acertos foram muito maiores. E gostei, mas sim, achei questionável a cena do penúltimo capítulo, em que Herculano se transformou num pássaro para fugir. Mas sou da opinião: quer realidade? Vai assistir telejornal!

domingo, 23 de outubro de 2011

Rei!


Edson Arantes do Nascimento completa 71 anos de vida neste domingo (23). Apesar de não terem nascido no mesmo dia, mas sim alguns anos depois, muitos dirão que quem faz 71 anos é Pelé. Mas se de fato for? É possível, pode ser que Pelé apenas tenha demorado mais a ficar conhecido...

Certeza mesmo, somente a dimensão e a eterna força do mito. Mesmo para mim e tantos outros, que não tiveram o privilégio de ver o Rei em campo (somente em, precários gravações em vídeo-tape). Como reverência, publico uma excelente campanha publicitária da Vivo, feitas às vésperas da Copa do Mundo 2010 (um ano antes da bem sucedida Eduardo e Mônica).

Lembro que a campanha tinha um anúncio de 30s na TV e convidava o espectador a entrar no site. Aqui, coloco a versão estendida do vídeo, que vale muito a pena ser vista. A situação imaginada é como seria se Pelé fizesse seu último gol pela Seleção Brasileira.

sábado, 15 de outubro de 2011

15 Anos


#UrbanaLegioOmniaVincit








Links

Carta Capital

O Estado de S. Paulo

Jovem Pan

Dois mitos da fuleragem



Sou grande fã do jornalista Xico Sá. Sempre leio suas colunas na Folha de S. Paulo e os textos seu blog, inclusive já compartilhei alguns deles aqui ou pelos meus perfis de Twitter e Facebook. Gosto principalmente do senso crítico com que observa o mundo e, principalmente, a forma bem humorada com que manda o politicamente correto às favas, seja analisando futebol (acompanhado pelo fiel escudeiro Corvo Edgard), as belezas do sexo feminino ou qualquer outro tema.

Hoje, reproduzirei aqui uma entrevista feita por ele com outro grande ícone do humor,  a quem coloco no mesmo patamar de genialidade. É o cantor Falcão, símbolo maior do brega nacional e dono de inteligência, ironia e um bom humor igual e deliciosamente politicamente incorreto.

Para quem acompanha sua carreira com um pouco mais de atenção (o que é meu caso, pois nem mesmo conheço todas suas músicas), sabe que Falcão é muito mais do que simplesmente fazer escrachadas versões de músicas em inglês

Espero que riam tanto quanto eu com a entrevista, disponível no Blog do Xico Sá.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

"Corinthians: você é acima de tudo a alma deste povo!"


2º tempo - 36'48": Zé Maria cobra falta na entrada da área. Basílio ajeita de cabeça e a bola chega a Vaguinho que, mesmo desequilibrado, consegue chutar na trave. Na volta, Wladimir insiste de cabeça e Oscar salva o gol, quase em cima da linha. No rebote, Basílio pega de primeira e.......




GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL! 
É DO CORINTHIANS!!!


Quem apenas lê a descrição deste gol, pode até não saber seu imenso significado histórico, mesmo 34 anos depois do lance ter acontecido. Hoje, toda a Nação Corinthiana comemora aquele 13 de outubro de 1977, dia em que time fez 1x0 contra a Ponte Preta e faturou o Campeonato Paulista, em um Morumbi com mais de 130 mil pessoas. O lance deu fim a um período de 23 anos sem conquistas expressivas.

Mesmo quem, assim como eu, não vivenciou este período, consegue compreender as reais dimensões do que o Corinthians significa (detalhe: escrevo o post 24h depois de presenciar um derrota por 2x0 diante do Botafogo, no Pacaembu).

Afinal, alguém me aponte um time capaz de se agigantar mesmo com 23 anos sem ganhar nada. E mais de três décadas, esta conquista e seus heróis continuam, com toda justiça, a ser reverenciados, dando origem a inúmeras publicações e parou num filme.

Da primeira vez que visitei o Memorial do Corinthians, no Parque São Jorge, em 2007, não tinha como deixar passar a chance de tirar uma foto ao lado de um troféus mais carregados de significados e emoções da história do futebol mundial.



Sei que é difícil traduzir sentimentos e emoções em palavras. Por isto, deixo vocês com quem soube fazer isto como poucos, numa rara mistura de competência, talento e emoção: as imagens do histórico gol filmadas pelo Canal 100 e narradas pelo eterno Osmar Santos.


Pra sempre criança!

Mesmo com um dia de atraso, sempre é bom lembrar do tempo em que criança ouvia música de criança!





terça-feira, 11 de outubro de 2011

Justin Bieber: fãs debilóides, pais “culpados” e omissos

Simplesmente perfeita a definição: disse tudo que eu queria dizer. 
Por isto, reproduzo na íntegra texto  do jornalista  Régis Tadeu


Confesso que tenho certa dificuldade em assimilar e deglutir tudo que vejo e ouço em relação a "ídolos teen". Principalmente, nos dias de hoje, em que ser adolescente é ter intelectualmente a mesma força de uma bolha de sabão no meio de um vendaval.

Não, não vou escrever aqui um texto dominado pelo calor da fúria, mas no exato momento em que você lê estas palavras, posso afirmar categoricamente: 99,9% dos pais lamentam muito, mas MUITO mesmo, o fato de suas filhas serem fãs de um ídolo teen tão vazio, plastificado e sem alma quanto Justin Bieber. Poucas vezes a sensação de "onde foi que nós erramos?" foi tão nítida nos pensamentos de uma família. Nenhum pai ou mãe vai admitir isto, mas é a verdade.

Tudo bem que o moleque superstar com o cabelo milimetricamente engomado tem apenas dezessete anos, gravou dois discos e se tornou a peça central de uma engrenagem de sonhos para adolescentes debilóides, na qual a música é o elemento menos importante. Infelizmente, tudo é meticulosamente encenado para cativar uma geração de meninas que só conseguem exprimir suas emoções com coraçõezinhos feitos com as duas mãos. Mas existe algo que me incomoda demais nesta história: a conivência dos pais.

Não se preocupe, pois não vou soltar aqui um discurso moralista e babaca a respeito da falta de pulso dos pais na educação de seus filhos. Aliás, para quem teve uma educação rígida e criminosamente militar por parte de meu pai, contra a qual me rebelei veementemente durante toda a minha juventude, não faria sentido assumir uma posição conservadora neste sentido. Mas ao ver mães e pais com expressões de sofrimento disfarçadas de paciência, compreensão e uma alegria tão verdadeira quanto uma nota de R$ 30, fico simplesmente estarrecido.

Não sou pai e confesso que fico muito irritado quando vejo estas meninas chorando convulsivamente pelo tal de Bieber. Fico ainda mais enojado com o pseudodiscurso do fedelho, tão "simpaticamente correto" quanto falso. Não sei se você sabe, mas este papo "faria qualquer coisas por minhas fãs" é uma das mais celebradas e deslavadas mentiras do show business. Tudo é alimentado para que na cabeça de meninas que não sabem nada a respeito de sua própria sexualidade seja mantida a esperança de que cada uma pode vir a ser a "namorada do Justin". Ninguém está ali pela música, mas pela "beleza" do menino. Mas também tem outra coisa que me incomoda muito...

Quer saber? Pais e mães que acompanham as filhas nestas "roubadas" não estão lá por serem "companheiros", mas sim por conta da culpa. É, culpa. Por causa de uma educação equivocada, de uma cada vez mais constante ausência em casa por conta de seus compromissos profissionais ou por pura negligência emocional, os pais se submetem a este verdadeiro inferno que é acompanhar suas filhas a um show do Bieber. Tudo pela culpa que sentem por não estarem presentes nos momentos que as crianças mais precisam de atenção, orientação, diálogo e, principalmente, amor. É duro encarar esta verdade, não? Eu imagino...

Não precisei ir até um dos shows que o Bieber fez no Brasil para verificar que quase 60 mil pessoas a cada apresentação estão sendo enganadas o tempo todo. Enganadas com o uso massivo de playbacks por parte do ídolo teen, submetidas aos preços extorsivos cobrados de qualquer coisa vendida dentro do estádio — de cachorro-quente a camisetas oficiais — e, para piorar ainda mais a situação de quem é "cúmplice" disto, às voltas com uma corja de salafrários que atende pela alcunha de "flanelinhas", que chegaram a cobrar R$ 150 de pais desesperados por causa dos berreiros das filhas para estacionar o carro. Estacionar na rua, diga-se de passagem...

Não é de hoje que esse tipo de picaretagem de shows em playback roda o mundo e aporta por aqui. Michael Jackson, Madonna, Britney Spears e mais recentemente a tal de Ke$ha são apenas alguns dos nomes que já estiveram no Brasil trapaceando em cima de seus "fãs adorados" na hora de tocar e cantar para valer em cima do palco. Só não percebe quem é fã. E fãs, como vocês sabem, são todos idiotas...

Assim como idiotas são os pais que, por exemplo, permitem que meninas que sequer tiveram a primeira menstruação passem acampadas duas semanas antes da abertura dos portões dos locais onde Bieber vai se apresentar, apenas para ganhar alguns centímetros mais próximas de seu ídolo. É como se as fãs fossem espermatozóides e Bieber o óvulo onde haverá uma "fecundação" histérica e pré-orgásmica de uma puberdade tão latente quanto vazia.

Por conta da culpa que citei acima, mães buscam se tornar "companheiras" das filhas, permitindo que elas façam qualquer coisa — perder aulas, se alimentar de maneira porca e incompleta, não tomar banhos e até mesmo acampando junto com elas — para que realizem o sonho de respirar o mesmo ar de Bieber. Pais desesperados entram em contato com quem quer que seja para arrumar convites e credenciais para o show e para um possível acesso aos bastidores, a fim de acalmar o inferno em que suas vidas se transformaram desde que os shows do moleque foram anunciados. É duro encarar esta verdade, não? Eu imagino...

É triste perceber que não há mais espaço para a famosa história do cara que não tinha outra coisa a fazer a não ser montar uma banda. A molecada hoje vive sozinha, trancada em seus quartos, dentro de apartamentos, conversando com amigos via internet. Não há mais celebrações cotidianas coletivas, ninguém mais ouve discos junto com os amigos. É por isto que quando se encontram, a meninada perde facilmente o controle sobre seus próprios hormônios. Tudo aquilo que a música podia proporcionar em termos de anticonformismo, de vanguardista rebeldia contra um sistema opressor e a mesmice foi transformada em um vergonhoso pastel de isopor.

E isto vale até mesmo para um terreno em que nada é levado a sério, que é o mundo dos ídolos adolescentes. Se você acompanhar a evolução dos tempos, vai perceber como a qualidade musical deste tipo de artista decaiu assustadoramente. Dos Beatles e Roberto Carlos nos anos 60, enveredamos por David Cassidy e Secos & Molhados nos anos 70, Xuxa, RPM e Menudos nos anos 80, Mamonas Assassinas nos anos 90 e... Deus do céu, e tudo isto para desaguar em Restart e Justin Bieber. Sentiu o declínio?

A massificação da mediocridade exalada pela TV, por exemplo, proporcionou e incentivou o surgimento de uma horda de adolescentes que mal sabem se expressar em palavras, que optam por gritos histéricos, expressões e pensamentos asininos. E este processo idiotizante, provavelmente, vai formar toda uma geração de babadores de ovos que vai acabar influenciando as outras posteriormente.

Desculpe, mas isto não significa que tenho que ser conivente e testemunhar passivamente a molecada esperar, tal como frangos em um matadouro, a substituição do binômio som/fúria por uma conformidade imbecilizante. Também não tenho mais saco para ver uma pivetada vociferando gírias patéticas e palavrões gratuitos só para dizer que está na "contracorrente do sistema". Sou um velho, minha geração é velha, meus pensamentos são velhos, mas não vou aceitar tudo isto e me comportar como um garçom em festa de buffet infantil, que tudo faz para não irritar o "patrocinador".

Sou de uma geração que não abaixava a cabeça na frente de um "não", que derrubava a cristaleira do bom mocismo, que apedrejava as vidraças da humildade subserviente. Por isso, meu coração se enche de som e fúria quando vejo meninas e meninos que poderiam fazer a diferença em um futuro não tão distante se entregarem a gritos histéricos gratuitos e gestos/expressões imbecilizantes.

Hoje, tudo o que eu posso fazer contra isto é escrever um texto como este.

É duro encarar esta verdade, não? É, eu imagino...