quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Agradecimento em despedida melancólica

Reprodução: Globoesporte.com


O volante Edu anunciou oficialmente nesta quarta-feira (12) sua rescisão de contrato com o Corinthians, em comum acordo com a diretoria. É uma triste despedida de alguém que dedicou mais da metade dos seus 32 anos de vida ao Timão. Infelizmente, era o melhor a ser feito para os dois lados.

Engraçado, que Edu se junta a outros ídolos corintianos que saíram do Parque São Jorge pela porta dos fundos após tentativas frustradas de retorno, como Freddy Rincón, Vampeta, Casagrande, Neto e Marcelinho Carioca, o maior vencedor de títulos pelo clube.

Após mais de 8 anos no futebol europeu, o jogador retornou no segundo semestre de 2009 ao clube que o revelou. Parecia um excelente integrante para um elenco que se reforçava para disputar a Libertadores no ano de seu centenário, aliando qualidade técnica, experiência, liderança e amor à camisa.

Infelizmente, não foi o que aconteceu: em um ano e alguns meses, entrou em campo poucas vezes e teve atuações apagadas, contraditoriamente com o fato de ter um dos maiores salários do elenco (R$ 200 mil mensais). Neste período, demonstrou mágoa com ex-técnico Mano Meneses, por se sentir excluído do grupo.

Para mim, nem de longe o problema foi este. Afinal, Mano assumiu a Seleção, mas Adilson Batista e Tite chegaram e a situação do jogador permaneceu. Acredito sim que, como toda história tem um fim, Edu não reúne mais condições físicas de jogar futebol em alto nível, no que credito ao histórico de lesões sofridas no joelho.

Reprodução: Globoesporte.com


Por respeito à sua história, prefiro guardar apenas sua 1ª passagem pelo Timão. Conheci o Edu em 1998, num jogo da Copa São Paulo de Juniores, disputado em Sorocaba. Estava com meu pai nas arquibancadas de madeira do Estrada, onde queríamos saber quem era o camisa 10 do Coringão, que jogava de cabeça erguida, dominava a bola com classe, dava passes precisos e liderava a molecada em campo.

No ano seguinte, foi capitão do Timãozinho na conquista do mesmo campeonato, sendo promovido aos profissionais em seguida, se tornando presença constante no time titular, conquistando os Paulistão e Brasileirão de 1999 e Mundial de 2000. Neste ano, ganhou de vez um lugar no time substituindo ninguém menos que o capitão Freddy Rincón.

No final do mesmo ano, foi para o Arsenal (Inglaterra), Valência (Espanha) e passagens pela Seleção Brasileira, participando das conquistas de uma Copa América (2004) e uma Copa das Confederações (2005), além de atuações em amistosos e jogos oficiais, incluindo Eliminatórias da Copa do Mundo.



E assim prefiro me lembrar do Edu: um moleque formado no terrão do Parque São Jorge, que esbanjou técnica, raça e amor ao Timão. E que no ano 2000, com 20 anos de idade, enquanto os medalhões Edílson e Vampeta se esconderam, assumiu a responsabilidade e bateu pênaltis decisivos em uma na final do Mundial Interclubes e na semifinal da Libertadores.

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