quinta-feira, 31 de março de 2011

Do Império à República

Foto: Marcio Fernandes / Agência Estado


Sem a festa pomposa prevista anteriormente, o Corinthians apresentou oficialmente o atacante Adriano nesta quinta-feira (31). Creio que foi uma decisão acertada da diretoria, tendo em vista que o Imperador ainda é uma incógnita e somente seu desempenho em campo irá vencer as críticas que sofre e, principalmente, a desconfiança de grande parcela da torcida (na qual me incluo).

Complementando o que falei na semana passada, senti sinceridade nas palavras proferidas por ele em uma entrevista ao Fantástico e na apresentação. E é fato que, dentre os muitos defeitos do jogador, nunca se pode acusá-lo de falta de humildade.

Entretanto, todos sabemos a imensa diferença entre querer e poder. Apesar de Adriano querer voltar a ser plenamente o Imperador, precisa vencer as inúmeras barreiras psicológicas que costuma impor a si próprio. E ele tem consciência desta ser provavelmente a última grande chance de sua carreira.

Inclusive, achei um comercial da Nike, gravado por ele em 2009, que trata justamente deste eterno conflito Dr. Jekyll x Mr. Hyde vivido por ele.



Do ponto de vista comercial, a contratação já parece estar surtindo o efeito pretendido. E o competente departamento de marketing do Corinthians contou ainda com uma feliz coincidência, pela chegada do Imperador à República Popular do Corinthians, genial campanha com emprego das redes sociais lançada em 2010 – o ponto alto dos festejos do Centenário.

Quatro dias antes da cerimônia oficial, já era possível se comprar em lojas reais ou virtuais a camisa oficial do atacante. Há inclusive a opção de comprar seu modelo personalizado com a palavra “Imperador” no lugar do nome dele, com um grande “X” às costas (representando o nº 10 em algarismo romano). Hoje, já foi lançada outra opção comum aos licenciamentos do clube: camisetas exclusivas para torcedores, feitas em algodão e mais baratas (na faixa de R$ 50,00).

Reprodução: Corinthians.com.br


Só o fato de a apresentação ter contado com Ronaldo, o maior garoto propaganda internacional do clube, é um diferencial exclusivo do Corinthians. E diga-se de passagem: um garoto-propaganda ligado ao futebol e que tenha carisma, alcance junto ao público, simpatia e credibilidade maiores que ele, só mesmo o Rei Pelé.

Aliás, somente a imagem do Fenômeno entregando uma “Certidão de Anistia” a Adriano sendo exibida em TVs, mídia impressa e sites de todo o mundo, vale mais do que qualquer festa para 45 mil pessoas ao vivo, mas que não tem força para ultrapassar as fronteiras do Brasil.

quarta-feira, 30 de março de 2011

“Somos os filhos da revolução...”



Meus pais lembraram hoje que dia 31 de março é uma data que seria completamente ignorada por mim, como creio que será por pela grande mídia. Não que seja um dia que mereça ser comemorado, mas é importante que ele nunca seja esquecido. Afinal, nesta quinta-feira completam-se 47 que as Forças Armadas destituíram o João Goulart e assumiram a Presidência da República por longos 21 anos.

Claro, ao longo deste período, a data em que era comemorada com um feriado nacional – o Dia da Revolução – sofreu por inúmeras mudanças em seu significado. Sabemos hoje que a dita “Revolução” não passou de um Golpe de Estado, responsável por instituir uma terrível Ditadura Militar.

Nestes tempos, imperavam o espírito do “Brasil: ame-o ou deixe-o”, embalado pelo som de “Eu te amo meu Brasil, eu te amo”, com altas de doses de repressão e violência e assassinato contra qualque manifestação contrária, sendo que muitos casos estão insolúveis mesmo nos dias atuais.

Paralelamente, o Brasil viveu neste período de grande efervescência cultural, responsável por uma produção cultural riquíssima. Creio que um dos grandes símbolos desta época é a música “Alegria Alegria”, interpretada por Caetano Veloso no Festival Nacional da Canção, em 1967.

Décadas depois, em 1992, a Rede Globo resgatou a música como tema de abertura da excelente série Anos Rebeldes, obra de ficção que retratou fielmente este período.


Enfim, é um período marcante de uma história ainda muito recente, em que muitos de seus personagens permanecem vivos, participando de diversos setores de vida nacional. Estes aspectos até hoje influenciam, ainda mais se lembrarmos o contexto da Guerra Fria, no mundo bi-polarizado em que vivíamos, além de muitas feridas abertas. 

Afinal, não passamos todos de Filhos da Revolução.

terça-feira, 29 de março de 2011

Zé Ramalho - Garoto de Aluguel

Na semana passada, postei o vídeo da canção Chão de Giz, de Zé Ramalho. É óbvio, se publico sobre determinado tema no blog é porque gosto dele, e assim é com Zé Ramalho, um dos maiores artistas brasileiros. 

Seu estilo de composição é simplesmente único, com letras de pura poesia e uma sonoridade forte e marcante, que combina perfeitamente elementos do rock com as tradições da cultura popular nordestina. Os aspectos são ainda mais enriquecidos pelas características físicas e potente vozeirão do artista, compondo uma imagem convincente de um sábio profeta!

Com certeza, voltarei a falar de Zé Ramalho outras vezes. Hoje, postarei uma versão ao vivo de "Garoto de Aluguel". Apesar do tema forte, ela é musicalmente muito agradável, sendo que se torna mais chocante ao conhecermos sua história. Nela, Zé Ramalho lembra de experiências pessoais como garoto de programa, o que lhe garantiu a sobrevivência por um breve período ao deixar Pernambuco para viver no Rio de Janeiro.


segunda-feira, 28 de março de 2011

"Não sei porque você se foi..."



Apesar de haver pensado algumas vezes, não tinha postado nenhuma música do Tim Maia por aqui. Relembrei do assunto por estes dias, ao tomar conhecimento da improvável exumação do corpo deste verdadeiro gênio da música brasileira, em razão de um processo judicial de uma suposta filha dele.

Além disso, amigos queridos lembraram do quanto sempre gostei deste artista, o que acabou involuntariamente se tornando uma característica minha. Então, fica ai também o vídeo como uma carinhosa lembrança para os inesquecíveis amigos Thiago, Vívian, Suzy, Ricardo, Priscila e Eder. Muito bom termos nos falado por estes dias sobre os tempos de Unesp Bauru, que na prática nunca passarão!

Agora, voltando ao Tim Maia, se trata de um dos maiores nomes da música em todos os tempos, grande símbolo da soul e black music aqui no Brasil, com seu balanço, swing e vozeirão únicos. Indispensável falar também que era uma figura memorável, que ajudou muito a construir a mitologia em seu entorno, em razão do comportamento pessoal e profissional sempre polêmicos, mas sempre escancarando sua opinião em suas atitudes.

Acredito ser muito pouco definir Tim Maia em apenas uma música, então, selecionei um pout-pourri com algumas das canções dançantes e romântica que marcaram sua trajetória, responsável por deixar um vazio permanente, pois não pode ser comparado a qualquer outro artista brasileiro. 



domingo, 27 de março de 2011

Desconto Fiel

Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com


É muito importante para a sobrevivência de um negócio saber agradar aos fregueses. Para isso, há muitas opções, seja fornecendo diferentes tipos de brindes, descontos, vantagens no parcelamento, sorteios, entre outros. E foi exatamente o que o Corinthians ofereceu ao São Paulo neste domingo. 

O Tricolor quebrou o tabu de 4 anos e 11 jogos sobre o rival e, de quebra, valorizou o centésimo gol de Rogério Ceni, que viria em mais jogo ou menos jogo. É como disse a blogueira Yule Bisetto: finalmente, o goleiro conseguiu gravar o nome do Corinthians em sua trajetória, pq até agora...

É aquilo que disse no post anterior e repito: o São Paulo se diz tão superior ao Corinthians, mas nunca se esquece dele (a ponto dos torcedores cantarem músicas contra o Timão em jogos com outros adversários...). 

A respeito do jogo de hoje, vimos uma partida bastante truncada e nervosa, com três cartões vermelhos e muitas faltas e provocações entre os rivais. E mérito à equipe de Paulo César Carpegiani, que soube aproveitar melhor os espaços e as oportunidades que criou.

E parabéns ao São Paulo! Afinal, agora basta o Tricolor vencer, consecutivamente, as próximas 23 partidas, para assim  superar a supremacia do Corinthians!!!

Majestoso



Escrevo minutos antes de mais um São Paulo x Corinthians. Engraçado, ao longo dos anos, uma série de fatores levou este jogos nos últimos anos a ser o clássico de maior rivalidade do futebol paulista, inclusive pelo enfraquecimento do futebol do Palmeiras até as provocações de Vampeta (criador do apelido Bambi) x Souza, Marco Aurélio Cunha x Roque Citadini, Andrés Sanchez x Juvenal Juvêncio, e por ai vai...

Estou escrevendo antes para cornetar sem a influência do resultado. Aposto na vitória do Coringão, mas se o Tricolor por um fim ao tabu de 4 anos, inclusive tomando o 100º gol do Rogério Ceni, pouco importará. Afinal, são 291 jogos na história: 111 vitórias corintianas, 92 empates e 88 vitórias tricolores. O Timão marcou 426 gols e sofreu 393.

Além do mais, o São Paulo que se diz tão superior, com 3 Libertadores e 3 Mundiais (na verdade, 1 Mundial e 2 Copa Toyota), continuará usando o Coringão como referencial. Mas não adianta: continuarão com torcidinha que só vai na boa, sem paixão, sem espaço igual na mídia, sem patrocínio semelhante...

Agora, 3 gols históricos deste confronto para esquentar o clima!



Queda lamentável



Hoje foi um domingo triste para o futebol sorocabano, com o rebaixamento do São Bento para a Série A-3 do Campeonato Paulista. Em uma rodada em que tudo favorecia, mas a equipe não fez por merecer e perdeu por 3x1 para o Red Bull em casa, confirmando a péssima trajetória do Azulão dentro e fora de campo em 2011.

Mantenho o São Bento como segundo time em meu coração, que há quase 98 anos representa Sorocaba, tendo em sua gloriosa história mais de 30 anos na 1ª divisão, quando enfrentava os grandes de igual para igual e revelou grandes jogadores para o futebol brasileiro. 

E foi torcendo pelo Azulão que fui pelas primeiras vezes a um estádio de futebol, onde pude acompanhar grandes momentos, como o retorno do clube à série A-2 (2001), o título da Copa Estado de São Paulo (2002) e o retorno à A-1 do Paulistão (2005).



Infelizmente, anos e anos de bandalheira e desmando de pessoas só se aproveitaram do Bentão para proveito próprio, o clube chegou a situação em que se encontra: endividado ao extremo; sem lugar para treinar e alojamento; sem estádio; sem categorias de base; jogadores que abandonam o time por falta de salários e um teto para abrigar suas famílias, e por ai vai...

É ainda mais triste ao ver a torcida apaixonada que sempre está ao lado do time, que ainda mantém uma das maiores bilheterias entre os clubes do interior do Estado de São Paulo, incluindo algumas que se encontram na elite, diga-se de passagem. 

Enfim: agora não adianta se lamentar. Que a atual diretoria assuma finalmente sua parcela de culpa e pare de empurrá-la para quem estiver na frente, seja as diretorias anteriores, a imprensa, torcedores e até o prefeito! Agora é a vez de ela dar um basta no amadorismo, que afugenta investimento e patrocinadores e tentar reverter este triste quadro. 



E que as empresas de Sorocaba também parem de criticar e façam algo de fato pelo Azulão, ao invés de continuar dando esmolas quando o time se aproxima do fundo do poço, como é feito até hoje, e respeitem a história do clube – o único que realmente representa Sorocaba.

Se não, o São Bento continuará a ser somente uma camisa, em que se contratam jogadores e comissão técnica às vésperas do campeonato, equipe desmontada logo em seguida para recomeçar tudo de novo no ano seguinte. 


sexta-feira, 25 de março de 2011

Aposta de altíssimo risco

Arte: Blogdojuca.uol.com.br



Apesar de o Corinthians ainda não ter se manifestado oficialmente, a imprensa brasileira e estrangeira repercute desde a tarde desta a sexta-feira (25) a contratação do atacante Adriano. Cheguei a comentar o assunto de passagem outras vezes, mas agora, com o fato consumado, vou falar especificamente. 

Desde o início das especulações, me posicionei contra a negociação, apesar da necessidade de mais um centroavante na equipe além de Liedson, lacuna ampliada depois da aposentadoria de Ronaldo. 

Tecnicamente, a qualidade de Adriano é incontestável e, apesar de habitualmente usar a 10, é um dos raros camisas 9 legítimos ainda em atividade (situação já citada por mim quando falei de Ronaldo, Luís Fabiano e Washington). O Imperador nasceu com vocação para fazer gols, combinando oportunismo, senso de colocação, força física, bom cabeceio e um potente chute com a perna esquerda.



Entretanto, é desnecessário lembrar os inúmeros problemas que ele já causou a si mesmo, sempre envolto em polêmicas extra-campo: crises depressivas; sumiços de concentrações e treinamentos; amizades suspeitíssimas com pessoas ligadas ao tráfico de drogas; festinhas regadas a muita bebida alcoólica e, digamos, diversidade sexual...

Ironicamente, até localizei um texto que fiz em dezembro de 2007, quando Adriano foi contratado pelo São Paulo, em que exaltei suas qualidades técnicas e apostei que ele superaria os problemas psicológicos que enfrenta e se restabeleceria com grande personagem do futebol internacional. Eis que em 2011, volto a falar a mesma coisa... 

No fim acabei acertando parcialmente o que opinei, pois foi muito bem no Tricolor. Porém, seu comportamento extra-campo fez com que o clube lhe fechasse as portas, situações que se repetiram no Flamengo, assumidamente seu clube do coração e onde é idolatrado pela torcida. 



Vale lembrar que, neste período, o Imperador deixou o Morumbi  e retornou à Inter de Milão; anunciou uma pausa na carreira, para assinar com o rubro-negro um mês depois por saudades do Brasil e da família, sagrando-se campeão e artilheiro do Campeonato Brasileiro; um ano depois, jogou fora a chance de jogar a Coapa do Mundo 2010 e foi para o Roma, onde registrou seu maior fiasco na carreira. 

Agora, confirmada sua contratação, só me resta deixar de lado os pontos negativos que apresentei e torcer para que o Imperador se dê a volta por cima com a camisa do meu time. Até analisando pelo ponto de vista de negócio, Adriano é um dos poucos jogadores capazes de suprir parcialmente a perda representada pela ausência de Ronaldo, pela exposição (positiva) do clube na mídia nacional e internacional e diferentes fontes de faturamento, como bilheteria de jogos, vendas de camisas oficiais e produtos licenciados e atração de patrocinadores. 



Indiscutívelmente, futebol, idade e condições físicas para isto lhes sobram: basta apenas ele se convencer disto e querer mudar sinceramente. Além do mais, caso a estratégia da diretoria corintiana se confirme, ela terá conseguido uma proeza inimaginável e dificilmente alcançável no Brasil. 

Basta imaginar se, além de propiciar o épico capítulo final da carreira de Ronaldo viabilizar financeiramente a presença do Fenômeno e de Roberto Carlos no clube, o Corinthians conseguir uma aparente improvável volta por cima de Adriano? Sem dúvida é uma aposta de altíssimo risco, mas, sem dúvida, altamente tentadora. 

quarta-feira, 23 de março de 2011

Belísssimo aquecimento

Foto: Keiny Andrade / Agência Estado


E a rodada do Paulistão nesta quarta-feira (23) não poderia ter sido melhor para o Corinthians. A equipe venceu o Oeste por 3 x 0 que, além dos 3 pontos, valeu a liderança da competição, diante da escorregada do São Paulo diante do Paulista, em Jundiaí. De quebra, Liedson assumiu a condição de artilheiro, com a expressiva marca de 10 gols em 9 jogos, e o time se classificou para a próxima fase.

Demonstrando o mesmo futebol eficiente que apresente desde o início da disputa, o Timão conseguiu a maior motivação possível para o clássico de domingo (27), onde encara justamente o São Paulo. Pelo lado Tricolor, a motivação se dá pela tentativa de voltar à ponta da tabela, quebrar o tabu de 4 anos sem vencer o rival e a expectativa pelo 100º gol de Rogério Ceni.

Cornetando para manter o hábito, não estou o preocupado se 100º gol do goleiro sampaulino sair contra o Timão. Se o Timão vencer por 3x1 de virada, com direito à tradicional rebatida dele nos pés de algum corintiano - exatamente como ele fez de novo diante do Paulista hoje - e a freguesia perdurar, não vejo problema nehum...

Definitivamente eternizada



O falecimento de Elizabeth Taylor marca também a despedida de alguém que concretamente merecia o adjetivo de estrela, cada vez mais banalizado nos dias de hoje. Chega a ser irônico o quanto vemos hoje musas de talentos e beleza fabricados que aparecem e desaparecem com a mesma velocidade de cometas, mas pouco são que se instalam definitivamente nos corações e mentes de homens e mulheres ao redor do mundo durante décadas. 

A prova desta fugacidade está ai. Afinal, mas de 50 anos depois, quem são os parâmetros com quem as comparamos? Justamente Elizabeth Taylor, Marylin Monroe, Brigditte Bardot, Sophia Loren, Rita Hayworth... Por outro lado, Liz Taylor também acabou vítima do próprio star sistem em que foi criada: até onde sei, foi uma das primeiras celebridades a ter sua vida excessivamente exposta e envolta em escândalos e polêmicas.

Agora, definitivamente, Elizabeth Taylor grava seu nome definitivamente na história, como mito inesquecível e inalcançável.

terça-feira, 22 de março de 2011

Meu amigo Nasi



Até comentei o assunto em outras ocasiões, pois invariavelmente publico músicas do IRA! por aqui - para acessá-las, basta clicar aqui. Sou órfão do IRA! desde 2007, data da conturbada separação dos músicos, mas até hoje ouço muito seu som. Sem dúvida, é um dos melhores grupos do Rock Brasil surgido nos anos 1980, posição que se encontra até hoje.

O que mais me atrai no IRA! sempre foi o som “nervoso” e marcante, responsável por marcar letras contundentes e fortes, sejam enfocadas em críticas sociais, histórias fictícias ou com elementos biográficos dos seus integrantes.

E ao contrário de alguns outros grupos musicais, duas lideranças sempre se sobressaíram no IRA!: Edgar Scandurra, considerado por muitos o melhor guitarrista do Brasil e compositor dos principais sucessos deles; e o vocalista Nasi, com sua característica voz característica, interpretações viscerais e puras “atitudes rock ‘n roll”, assemelhando-o ainda mais com o perfil do X-Men Wolverine.


Inclusive, os dois foram os pivôs do término da banda, juntamente com o ex-empresário (irmão de Nasi), com diversas trocas de acusações, envolvendo drogas, divisão de dinheiro, julgamentos de caráter, disputas judiciais, entre outros.

Com o fim, as carreiras tomaram rumos opostos: Scandurra simplesmente limou o IRA! do seu repertório e passou a trabalhar suas produções de música eletrônica, além de parcerias com Arnaldo Antunes voltadas ao público infantil.

Já Nasi continua cantando as antigas canções, acrescidas de sua produção solo e sucessos de Raul Seixas e Cazuza, por exemplo. Além disso, encarou outras funções diversas, como ator de cinema e comentarista de futebol!



Agora sim, vou contar a história do titulo, que alguns amigos meus conhecem, e aconteceu em uma sexta-feira de agosto de 2009. Era por volta das 17h30 acabado de chegar à USP, vindo de Sorocaba, e comi um cachorro-quente na ECA, à espera da minha 1ª aula da minha pós graduação.

Naquela mesma noite, um show do Nasi previsto para Sorocaba havia sido suspenso, assim como toda a programação do aniversário da cidade, em razão do crescimento dos casos da Gripe A-H1N1 (a famigerada “Suína”...). De repente, me deparei com Nasi caminhando para retomar o fôlego, após uma corrida pela Cidade Universitária! Após olhar pela segunda vez e ter certeza de quem era, deixei o fã baixar e não tive dúvida: gritei seu nome!

De primeira, ele acenou com o olhar, comentei do acontecido de Sorocaba e ele caminhou em minha direção, me cumprimentando. Foi um rápido diálogo, mas ele me passou a certeza de ser o cara gente boa que sempre me passou. Sua resposta sobre a suspensão do show foi a seguinte:



- Pois é veio: tudo por conta da po**a dessa gripe, que m**da!  Mas e ai,  tá feia a coisa lá?

Expliquei que não, que a medida era mais preventiva, para evitar problemas que estava acontecendo em outras cidades do país, no que ele responde.

- Sei, é f**a... Mas tá certo também né? Se não, daqui a pouco começa a morrer gente lá, e ai vão falar que a culpa é do Nasi...



Despedimos-nos, com ele citar a chance de voltar à cidade e a foto do alto do post, tirada por mim mesmo, com a câmera um celular de baixos recursos técnicos que eu tinha na época (imediatamente, mandei a foto por SMS pra minha irmã e amigos do trabalho...). Nos “reencontramos” alguns meses depois, quando ele veio a Sorocaba e fez o show previsto anteriormente, em um parque, na manhã de um domingo.

Sei que depois de tudo isto, com certeza, curti ainda mais a apresentação do que se ele fosse realizada antes. Afinal, juntei o lado musical, o carisma e humor irônico apresentados do palco com o brevíssimo contato que mantivemos, me fazendo criar um ambiente em que só se respirava o bom e velho rock ‘n roll!

Não está faltando alguma coisa???



Anteriormente, já comentei o quanto não gosto da aberração televisiva chamada Big Brother Brasil . Ao menos, os esforços invasivos da Rede Globo em te persuadir a gostar do programa de qualquer maneira não estão surtindo o efeito desejado, pois a repercussão desta edição estão bem menor em comparação às anteriores.

Se caminhando para o fim, o "show" vem deixando mais uma vez seu maior legado: belíssimos rostos e corpos femininos, que garantem atrações para o site global Paparazzo e para as revistas masculinas pelos próximos meses. Depois deste período, 99% destas estrelas retornam para o ostracismo de onde vieram, sendo esporadicamente relembradas por alguma atração da Rede TV, o paraíso de tais "celebridades".

Enfim, tudo isso para dizer que vi hoje no Yahoo a capa da próxima revista VIP, ilustrada pela Ex-BBB Adriana. Claro, sei da obrigatoriedade do uso do Adobe Photoshop para a edição de imagens digitais, por exemplo, a correção de luminosidade, tonalidades de cores, vermelhidão nos olhos etc. Mesmo porque, convenhamos, a julgar pela foto acima, a menina não precisa de muitos retoques...

Entretanto, não foi bem assim que a equipe de arte da revista pensou. Ao trabalhar a imagem para a inserção dos títulos e chamadas, acabaram apagando algo que não deviam. Pelo contrário: este detalhe até pode influir  negativamente na capa:! Em resumo: foi bela mancada da Editora Abril!


domingo, 20 de março de 2011

O suficiente

Foto: Globoesporte.com

Um jogo sofrível, mas foi o suficiente para o Corinthians garantir mais três pontos, ao bater o Americana por 1x0, na Pacaembu. Tanto que o maior destaque da partida foi a homenagem feita às vítimas do terremoto e da tsunami do Japão, com a bandeira do país estampada na frente da camisa e os nomes dos atletas e a frase "Força Japão" escritas em ideogramas. 

Mas uma vez, o resultado serviu para mostrar o quanto o time é dependente de Liedson, situação que já me referi outras vezes. Ao menos, o time garantiu a presença do artilheiro no jogo contra o São Paulo no próximo domingo (27), pois acabou de fora da lista final de dois amistosos da Seleção de Portugal.

Até por isto, o jogo contra o Oeste nesta quarta-feira (23) é um mero detalhe. O que importa mesmo é o clássico e a busca pela liderança no domingo!

sábado, 19 de março de 2011

“Cantar a beleza de ser um eterno aprendiz...”



E nesta sexta-feira (18) também se completaram 20 anos da morte de Gonzaguinha. Um dos grandes nomes da MPB que, infelizmente, deixou precocemente o cenário musical brasileiro.

O Jornal da Globo prestou uma belíssima homenagem ao artista, com excelente quadro musical do jornalista Nelson Mota exibido às sextas-feiras. Seguem abaixo os links da reportagem e das músicas apresentadas.




sexta-feira, 18 de março de 2011

Zacarias

Clique na imagem para ver a animação 
Reprodução: Trapalhaozacarias.webnode.com.br


A exemplo que mencionei outro dia quando falei do Mamonas Assassinas, vi nesta sexta-feira (18) mais um prova de como o tempo passa rápido. Completaram-se 21 anos do falecimento do Zacarias – até já havia comentado na semana passada meu carinho na infância pelo grupo Os Trapalhões. Incrível como me lembrei de vários detalhes deste dia, de quanto a notícia me chocou, pois, pelo que me lembro, foi a primeira vez que vi alguém famoso e que eu admirava morrer.

Estava com 7 anos em 1990 e me lembro que era um domingo e que estava vendo televisão, no início da tarde. Antes de começar a sessão Temperatura Máxima, a Globo colocou uma tela escura com o logo do programa e uma narração em off solene. O locutor anunciou que, ao invés do filme programado, seria exibido "O Casamento dos Trapalhões", em razão do ocorrido.

Fiquei atônito ao lado e contei para os meus pais, que também não sabiam (era pré-internet...) e revi o filme bastante triste. Havia sido alfabetizado há pouco e, por iniciativa própria, fiz um texto de despedida, com um desenho (que para mim, era ele...)

Como já gostava de assistir a telejornais naquela época, vi a cobertura do Fantástico, com comoção dos fãs e a tristeza dos companheiros Didi e Dedé e de amigos e familiares no velório. E depois, levei minha produção artística na escola o dia seguinte, que a professora leu ao conversar sobre o assunto na classe. Sei que minha homenagem se perdeu com o tempo, não estando entre as recordações de infância que tenho guardadas.

Mas de tudo isso, as melhores lembranças são as gargalhadas que Zacarias me propiciou e que sempre voltam quando revejo o eterno mineirinho tímido de personalidade ingênua e infantil, com sua inseparável peruca e de voz, gargalhada e sorriso inesquecíveis.







Links

Os Trapalhões

Trapalhões Nostalgia

Trapalhão Zacarias

Blog do Fantomas

quarta-feira, 16 de março de 2011

“Eu sou o Jô Soares, entende?”



Assisti nesta quarta-feira (16) a um vídeo que custei a acreditar, protagonizado por ninguém do que o Rei Pelé. Indicado pelo amigo Oliver, primeiramente fiquei incrédulo, questionando – o famoso “Que p... é esta?”. 

Mais tarde um pouco, vi que outro amigo, o grande santista, são bentista e enciclopédia cultural Geraldo Cardozo, comentou o mesmo vídeo publicado no Facebook de outra pessoa: tratava-se de um trecho do filme “Os Trombadinhas”, de 1979.

Achei na internet a ficha técnica da produção, que me deixou ainda mais incrédulo: com direção de Anselmo Duarte, “Palma de Ouro” no Festival de Cannes, e roteiro de Carlos Heitor Cony e do próprio Pelé .  



O elenco reúne alguns nomes consagrados da dramaturgia brasileira, como Paulo Goulart, Raul Cortez e Franciso Di Franco (o eterno Jerônimo, o herói do sertão). Mas há outro nome estranho no cartaz: Ingo Hoffman! Não consegui descobrir se é ou não o inesgotável piloto da Stock Car...

Quem tiver curiosidade de saber mais sobre o filme, indico o site Expirados. Antes, só conhecia as outras duas empreitadas do Rei nos cinemas: "Fuga para a vitória" (1981), em que teve a companhia de Sylvester Stallone, e "Os Trapalhões & o Rei do Futebol" (1986), que assisti para vê-lo junto a Didi, Dedé, Mussum e Zacarias.

Aliás, fica no ar a pergunta que não quer calar: qual dos três filmes que Chaves queria ter assistido, no clássico episódio do cinema? Pela data de gravação do programa, pode ser o primeiro. Mas se foi apenas a dublagem da versão brasileira, podem ser os outros dois.

Sobre os dotes de Pelé como ator, deixo o vídeo para que cada um tire duas conclusões. Para mim, o talento do Rei atuando é o mesmo demonstrado por ele como cantor e compositor, entende?


Michael Jackson - Smooth Criminal

terça-feira, 15 de março de 2011

Impressionante!

Impossível comentar. Apenas recomendo que todos confiram as declarações dadas pela Sra. Ione ao jornalista Nohlan Hubertus, repórter da TV Sorocaba / SBT, durante o Carnaval de Itapetininga!


segunda-feira, 14 de março de 2011

Associação das Mulheres Evoluídas



Sinônimo de bom humor e qualidade na publicidade brasileira, a nova campanha da Bombril mantém o alto padrão. Visitei no fim de semana o site da campanha que, a partir desta segunda-feira (15), já iniciou anúncios na TV, nos intervalos do Jornal Nacional e na novela Insensato Coração.

Com base na eterna Guerra dos Sexos, a empresa lançou a Associação das Mulheres Evoluídas (AME), protagonizada por três reconhecidos talentos do humor brasileiro: a triz Marisa Orth e as humoristas Dani Calabresa e Monica Iozzi, caracterizadas igualmente ao ator Carlos Moreno (rosto, voz e imagem dos produtos Bombril há mais de 30 anos).

Nos vídeos, as três encenam divertidas situações de cobrança, repressão e “adestramento” aos homens, para que assumam tarefas domésticas. O site, que parece ainda não estar completo, também trará recursos interativos, como o “Control Man” e “Como o homem deveria ser”.

Vale a pena visitar o site clicando aqui. Abaixo, alguns dos vídeos, já exibidos na TV, com doses de Capitão Nascimento e a carta de uma certa dona de casa de São Bernardo:





domingo, 13 de março de 2011

E o mundo dá voltas...

Foto: Ivo Gonzales / Agência O Globo



E quem poderia imaginar: sete meses depois de dizer “Não” à Seleção Brasileira e três depois de se consagrar Campeão Brasileiro, Muricy Ramalho deixou o Fluminense. E ironicamente, ao contrário do que falou à CBF, rompeu seu contrato e pediu demissão.

Oficialmente, alegou que o clube não cumpriu a promessa feita a ele de oferecer uma estrutura digna de um clube da grandeza do Tricolor das Laranjeiras. Até pode ser isto mesmo, mas será que ele esperava que esta estrutura estaria pronta em poucos meses? Ou será que a demissão do vice de futebol pesou?

Não acompanho no dia-a-dia o futebol do Rio de Janeiro para opinar. Até por isso, indico dois textos interessantes sobre o assunto, dos jornalistas José Ilan e Lédio Carmona. De concreto, apenas lamento a saída: além de um grande treinador, considero Muricy de fato um homem íntegro, que não usa isto como marketing pessoal. 


Vitória à moda Corintiana

Foto: Agência Estado



A vitória do Corinthians por 3x2 frente ao Mirassol, na casa do adversário, foi extremamente sofrida e, por isto mesmo, bem ao gosto da Fiel Torcida. Afinal, o time saiu atrás no placar; o adversário reclamando um pênalti; o time empatou e virou o jogo; segurou o resultado com um jogador a menos quase todo o 2º tempo; tomou o empate num chute despretensioso no finalzinho, até – ufa! - fazer o gol da vitória nos acréscimos!

O resultado mantém a equipe na ponta da tabela do Paulistão, empatado em pontos com os três principais rivais. Destaque para a raça do time em se segurar com dez em campo, depois da infantil expulsão de Jorge Henrique. O garoto Willian teve bela atuação e foi decisivo, marcando duas vezes, talvez pela mística de Ronaldo e Liedson... Embora repita: ele não é um centroavante, mas sim um atacante veloz e habilidoso, para jogar ao lado de um especialista em fazer gols.

Gostei também de Bruno César ter feito o gol da vitória. Quem sabe, agora ele recupere definitivamente a confiança para retomar a camisa 10 do time. Reconheço que Morais tem feito boas partidas, mas o considero tecnicamente inferior a Bruno, estando apenas em uma fase melhor. Além disso, não é possível que ele tenha desaprendido a jogar futebol.

Sobre as limitações do elenco corintiano, não voltarei a falar no assunto, sob o risco de parecer repetitivo. Mas me assusta encarar o Brasileiro com este elenco, levando em conta suspensões, contusões, entre outras situações. Nada ilustra melhor isto do que o fato de Moradei ter sido improvisado na lateral-direita hoje: apesar da boa partida hoje, jogou completamente fora da sua. 


O Gênio & O Fabuloso



O fim desta semana marcou o retorno de dois grandes jogadores ao futebol brasileiro. Ironicamente, ambos foram apontados como possíveis reforços do Corinthians, sendo que nenhuma das contratações se concretizou. E apesar de vestirem camisas de rivais paulistas, o retorno de Paulo Henrique Ganso ao Santos, sete meses após cirurgia, e de Luís Fabiano ao São Paulo são grandes notícias para quem gosta de futebol.

Ganso é um verdadeiro gênio e há muito tempo é uma realidade do futebol brasileiro, fazendo parecer que deixou de ser um menino promessa há muitos anos. E felizmente, ao contrário de Neymar, parece ser um garoto maduro e focado em cumprir a missão que o destino lhe confiou desde o dia em que nasceu: consagrar seu nome entre os grandes deuses do futebol, ao lado de Pelé, Garrincha, Maradonna, Cruyff, Zidane, Beckenbauer, Ronaldo, Messi...

Se alguém ainda duvidava de que Ganso já está completamente formado, foi seu retorno triunfal contra o Botofogo-SP: parecia que ele estava há sete dias sem jogar ao invés de sete meses, em que encarou intensa recuperação, após uma grande cirurgia. 

Até mesmo pela escassez de meias de qualidade - os chamados maestros, que chamam para si a responsabilidade de conduzir seus times para o ataque e ditar o ritmo dos jogos - , parece certo que a camisa 10 da Seleção Brasileira lhe espera, após meses de angústia, em que está sendo usada por Renato Augusto e Jadson. Ainda bem!



E se a camisa 10 da Seleção já tem dono, a 9 continua vaga desde a Copa do Mundo de 2006, quando Ronaldo deixou de usá-la após 12 anos. E Luís Fabiano, que a tomou emprestada em na Copa 2010, é um grande candidato a assumi-la: basta continuar a fazer no São Paulo os gols que vinha fazendo no Sevilha.

Após Dunga testar vários nomes durante as Eliminatórias (incluindo os inacreditáveis Afonso, Jô e Bobô!), o Fabuloso parecia ter conquistado à vaga em definitivo, tanto que foi ao Mundial. Entretanto, seu desempenho na África do Sul ficou abaixo do esperado, embora acredito que o jogador tenha qualidade técnica e faro de gols suficientes para recuperá-la.



Até o momento, Mano Menezes não achou um centroavante para o Brasil, a ponto de convocar reiteradamente André (ex-Santos e atualmente no Bordeaux), que considero bastante limitado. Pato para mim não é este jogador, pois, no máximo, pode jogar com um autêntico 9 ao seu lado. Nilmar, pelo que tem jogado há anos, merece mais espaço, assim como defendo mais oportunidades para Hulk. 

Outra curiosidade é que, com o fato de que centroavantes são cada vez mais raros no futebol, considerando o fato de Adriano esta jogando seu a vida no lixo, é irônico que os quatro grandes de São Paulo contem com verdadeiros homens-gols, com Liedson no Corinthians, Kléber no Palmeiras (que precisa falar menos e jogar mais) e Zé Love no Santos (embora tenha data marcada para deixar a Vila Belmiro). 

sábado, 12 de março de 2011

Imagens Impressionantes



Indico aqui uma galeria publicada no portal do jornal norte-americano Los Angeles Times, com imagens do Japão decorrentes do terremoto e da tsunami da última sexta-feira (11). Impressiona o cenário de destruição causado pela tragédia, além do esforço sobre-humano para atender aos sobreviventes do caos.

Por mais que seja clichê, nunca é demais lembrar de como nós, seres humanos, não somos nada diante da natureza. E que tudo fizemos em razão de nossa racionalidade, tecnologia, força e poder, é capaz de desaparecer em poucos minutos. Além disso, durante os dias, as informações vão nos parecendo mais trágicas.


A galeria do Los Angeles Times está disponível clicando aqui.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Verdadeiras Trapalhadas




Mencionei por estes dias a homenagem ao humorista Renato Aragão pela escola de samba X-9 Paulistana durante o Carnaval. O belíssimo desfile, embalado pelo ótimo samba-enredo, me contagiou pela emoção, ao ver pessoalmente ser contada a história de um dos maiores humoristas brasileiros.

Inclusive, até por conhecê-lo desde a infância e me sentir “próximo”, prefiro me referir a ele pelo nome Didi Mocó. Inesquecíveis e incontáveis as gargalhadas que ele, Dedé, Mussum e Zacarias provocaram em mim através das telas de TV e de cinema. Bons momentos que, graças a tecnologia atual, podem ser relembrados sempre.

Curiosamente, consegui assistir a uma apresentação ao vivo d’ Os Trapalhões quando criança. Não me lembro exatamente se em 1990 ou 1991, mas o Zacarias já havia falecido. O trio, acompanhado pelos colegas de elenco, fez um show em Sorocaba, no Circo do Sérgio Mallandro (!), mas sem a participação do anfitrião. Só sei que me diverti muito e foi um dos momentos marcantes da infância.



Aliás, uma das características que fazem o Didi resistir por mais de50 anos é a renovação do seu público. É hilário quando vejo na TV como as mesmas piadas que me faziam rir há mais de 20 anos produzem os mesmos efeitos nas crianças nos dias de hoje.

Claro, é inegável a perda de qualidade d’ A Turma do Didi se comparada ao passado. A começar dos atores envolvidos: só de pensar que o elenco de apoio do programa tinha nomes como os saudosos Tião Macalé e Jorge Lafond, enquanto o elenco principal atual conta com o “talento” de Jacaré, Marcelo Augusto e Daniel Del Sarto, além de já ter tido Kléber Bambam... 

Além disso, o jornalista Alê Rocha vê outro fator importante para a perda de qualidade no humor do Didi: a patrulha do politicamente incorreto. Atenção: condeno qualquer forma de preconceito, seja de ordem étnica, religiosa, sexual, econômica, regional ou social. Entretanto, é preciso tomar cuidado com certos exageros.



Entre minhas boas lembranças d’ Os Trapalhões, estão sim o Mussum tomando seu “mé”, eles chamando o Didi de “cabecinha de bater bife” ou quando eles se referiam ao Dedé como “rapaz alegre” ou “perua”. Mas como o próprio Dedé falou uma entrevista, se o programa de antigamente fosse feito hoje, toda a equipe seria processada ou presa.

Para detalhar mais estes aspectos, indico o excelente texto do Alê Rocha a que me referi, publicado no Yahoo clicando aqui.



quarta-feira, 9 de março de 2011

Vacilo em casa

Foto: Agência Estado


O Corinthians tropeçou feio e foi derrotado pela Ponte Preta por 1x0, em pleno Pacaembu. Até podem dizer que o time perdeu a invencibilidade em um momento que ainda podia, pois manteve a liderança, se classificam oito para a 2ª fase neste esdrúxulo regulamento do Paulistão, etc. e tal...

Entretanto, o exemplo do Brasileiro nos mostra o quanto perder pontos em casa pode ser crucial às pretensões da equipe na competição. E hoje, foi jogada fora uma grande chance da equipe se isolar na liderança deste campeonato, marcado pelo equilíbrio.

Afinal, basta o São Paulo confirmar o favoritismo e bater o Ituano amanhã, para ele se juntar ao Timão, Santos e Palmeiras na ponta da tabela. Pois domingo, o Coringão pega o Mirassol, grata surpresa com sua grande campanha na disputa.

Sobre as limitações do elenco corintiano, não vou repetir de novo tudo o que já disse antes. Afinal, o fato de você ter Jorge Henrique contundido e ser obrigado a tirar Edno do banco e colocá-lo em campo como opção para o ataque, já diz tudo...


Emoções!

Foto: Marcos de Paula / Agência Estado


Neste ano, não acompanhei o Carnaval do Rio de Janeiro com a mesma atenção que o de São Paulo. Assisti a um ou outro desfile pela TV, até enquanto não era vencido pelo sono e acordava mais tarde para desligá-la, sem nem saber direito qual escola estava passando pelo Sambódromo...

Confirmando o favoritismo, a Beija-Flor sagrou-se campeã mais uma vez, com um enredo em homenagem a Roberto Carlos. Do pouco que vi, gostei muito, em especial, a emoção do Rei, que contagiou toda a Sapucaí. Independentemente da polêmica levantada pelas demais escolas, em especial a Mangueira, o campeonato consagra uma homenagem mais do que merecida.

Sou fã incondicional do Rei e, após vivenciar e conhecer a emoção de um desfile de escola de samba ao vivo, só me resta lamentar por não estar no Rio de Janeiro na última segunda-feira (7). Seria para mim um momento para eternizar na memória, assim como foi ver as emoções de João Carlos Martins e Renato Aragão no Anhembi.

Enfim, o Carnaval não deu, mas espero um dia ainda ver o Rei e suas eternas canções ao vivo! Enquanto isso, vamos ouvir o samba campeão do Carnaval do Rio de Janeiro em 2011, interpretado pela bateria da escola e pelo grande Neguinho da Beija-Flor, no especial da Rede Globo exibido em 2010.


terça-feira, 8 de março de 2011

“A Música Venceu”


Foto: Diego Padgurschi/Folhapress


Reafirmando o que falei ontem, não me arriscarei a analisar o resultado do Carnaval de São Paulo sob pretensos critérios técnicos, pois não tenho a menor base para isso. Agora, sob o olhar de torcedor e amante do espetáculo, considero o título em ótimas mãos.

Apontada desde antes do desfile como uma das favoritas, a Vai-Vai passou com competência pela Passarela do Samba e emocionou o Sambódromo com o enredo “A Música Venceu”, em homenagem ao maestro João Carlos Martins. Admito que, em minha visão de leigo, esperava mais brilho e luxo. Entretanto, inegável a qualidade das alegorias e fantasias e a garra demonstrada pelos integrantes da escola.


Foto: Diego Padgurschi/Folhapress


Para mim, será inesquecível ter visto a emoção do músico “regendo” a bateria da escola, que contagiou todo o Anhembi. Só mesmo comparável ao vigor que ele comanda sua orquestra, que já pude assistir ao vivo em três oportunidades

O título apenas coroa à justíssima homenagem à trajetória de vida de João Carlos Martins. Isto sem falar no samba-enredo, um dos melhores do Carnaval 2011 e que, a exemplo de outros sambas históricos, será muito lembrado ao longo dos anos.




A respeito das demais escolas que retornam ao Desfile das Campeãs, vi com grata surpresa o vice-campeonato da Acadêmicos do Tucuruvi. Uma escola que dificilmente vemos na ponta e costuma brigar por posições intermediárias, mas que animou muito o Sambódromo homenageando a inestimável contribuição dos nordestinos para o crescimento de São Paulo.

E foi também com muita surpresa que vi 3ª colocação da Vila Maria. Com todo respeito à comunidade da escola, mas desânimo que tomou conta do Sambódromo enquanto, só vem me provar que o olhar dos jurados é muito diferente daquele dos espectadores, em que a técnica deve prevalecer sobre a emoção.

Agora, o 4º lugar da Mancha Verde e a 5ª colocação da Gaviões da Fiel foram justas ao bom trabalho feito pelas escolas, inclusive, à frente das tradicionais Rosas de Ouro e Mocidade Alegre. Aliás, o desfile da Mocidade foi um dos que mais me empolgaram. Pena que a perda de um carro alegórico tenha prejudicado a escola.

Viviane Araújo, rainha de bateria não só da Mancha, mas entre todas as rainhas!
Foto: Zanone Fraissat/Folhapress


Apesar dos muitos comentários errôneos que li na internet, que insistem em ver o Carnaval sob a ótica do futebol, espero que os resultados venham mudar esta situação. Pois, é verdade, se muitos torcedores erram ao comparar futebol e carnaval, é fato que as duas escolas ainda são vistas com preconceito no meio carnavalesco.

Com certeza, torci para a Gaviões ganhar, mas sabia que o título era difícil. Achei justo a escola ter chegado entre as cinco primeiras e poder voltar à Passarela do Samba no Desfile das Campeãs. Além do mais, a emoção que a escola me transmitiu é impagável, independentemente da classificação final: obrigado Fiel!

Abaixo, vai o samba da Gaviões, considerado por mim um dos melhores de 2011 e que transformou o Anhembi em uma imensa Dubai Alvinegra, com show do grande intérprete Ernesto Teixeira, da Bateria Ritimão e da poderosíssima rainha Tatiane Minerato.


segunda-feira, 7 de março de 2011

“Faz meu coração pulsar!”

Gaviões arrebentou em desfile digno para brigar pelo título, transformando o Anhembi 
em uma Dubai Alvinegra  Foto: Folha.com


Volto a postar depois de alguns dias ausente, me recuperando da maratona que vivenciei no Carnaval. Estive no Sambódromo do Anhembi na sexta-feira (4) e no sábado (5), para acompanhar as duas noites de desfile das Escolas de Samba de São Paulo. Acompanhar o espetáculo de perto é realmente uma emoção indescritível, sendo que o cansaço só bate para valer mesmo depois de eu ir embora. 

Sempre acompanhei os desfiles de São Paulo e Rio de Janeiro pela TV, pois gosto muito do espetáculo, sem a menor pretensão de ter conhecimentos técnicos sobre os quesitos avaliados pelos jurados. Para mim, basta a escola parecer bonita e ter um samba gostoso de ouvir e fácil de cantar! No Rio, não tenho preferência por nenhuma agremiação, enquanto em São Paulo, sou Gaviões da Fiel, por razões óbvias...

E esta foi a razão que me levou ao Sambódromo paulistano pela 1ª vez no ano passado, ao Desfile das Campeãs, ver o ao vivo o enredo da Gaviões em homenagem ao Centenário do Corinthians. Fui acompanhando meus amigos Lincoln, este sim carnavalesco e sambista de 1ª, e a Tati, esposa que foi apresentada ao Carnaval pelo marido. E foi novamente junto com ele que voltei ao Anhembi neste ano.


X-9 Paulistana emocionou com homenagem a Renato Aragão, sem esquecer 
dos eternos "Os Trapalhões" Foto: Folha.com


Logo de cara, garanti antecipadamente meu ingresso para ver minha escola de novo (de cujo samba extraí o título do post), além de aproveitar que a X-9 Paulistana homenagearia no mesmo dia o genial Renato Aragão, o eterno Didi Mocó. Entretanto, a emoção falou mais alto e decidi de última hora ir também na sexta-feira, passando um sufoco para conseguir ingresso no dia do desfile. 

Viver a emoção de um desfile dentro do Sambódromo é inigualável. Poder ver de perto a grandiosidade das alegorias e fantasias, se arrepiar com a pulsação da bateria e, principalmente, sentir a emoção das pessoas que fazem o espetáculo, que se dedicam e batalham um ano inteiro para vivenciar aqueles 65 minutos que duram a passagem pela Passarela do Samba é simplesmente indescritível.


Mocidade Alegre impressionou com recursos visuais e mágicas do seu Carrosel de Ilusões
Foto: Folha.com


E o mais legal ainda é ver que gostar de todas as escolas não é coisa de leigo que nem eu. Diferentemente do futebol, é muito bom ver o espírito das pessoas que fazem o Carnaval. Apesar de todos terem sua escola de preferência, é emocionante ver todos vibrando pelas concorrentes, cantando os sambas e aplaudindo o que merece ser aplaudido. O espírito que impera não é o de torcer contra seu adversário, mas sim que todos façam o melhor e que, realmente, vença a melhor entre todas. 

Os dois dias foram exaustivos, tanto que passei o domingo (6) praticamente inteiro dormindo. Mas é o tipo do esforço que realmente vale a pena! Ainda é cedo para falar o que farei no Carnaval do 2012, mas só de pensar que o ano que vem está logo ali...


Fazendo jus ao enredo, a Águia de Ouro, literalmente, pôs fogo no Sambódromo
Foto: Folha.com