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Apesar de o Corinthians ainda não ter se manifestado oficialmente, a imprensa brasileira e estrangeira repercute desde a tarde desta a sexta-feira (25) a contratação do atacante Adriano. Cheguei a comentar o assunto de passagem outras vezes, mas agora, com o fato consumado, vou falar especificamente.
Desde o início das especulações, me posicionei contra a negociação, apesar da necessidade de mais um centroavante na equipe além de Liedson, lacuna ampliada depois da aposentadoria de Ronaldo.
Tecnicamente, a qualidade de Adriano é incontestável e, apesar de habitualmente usar a 10, é um dos raros camisas 9 legítimos ainda em atividade (situação já citada por mim quando falei de Ronaldo, Luís Fabiano e Washington). O Imperador nasceu com vocação para fazer gols, combinando oportunismo, senso de colocação, força física, bom cabeceio e um potente chute com a perna esquerda.
Entretanto, é desnecessário lembrar os inúmeros problemas que ele já causou a si mesmo, sempre envolto em polêmicas extra-campo: crises depressivas; sumiços de concentrações e treinamentos; amizades suspeitíssimas com pessoas ligadas ao tráfico de drogas; festinhas regadas a muita bebida alcoólica e, digamos, diversidade sexual...
Ironicamente, até localizei um texto que fiz em dezembro de 2007, quando Adriano foi contratado pelo São Paulo, em que exaltei suas qualidades técnicas e apostei que ele superaria os problemas psicológicos que enfrenta e se restabeleceria com grande personagem do futebol internacional. Eis que em 2011, volto a falar a mesma coisa...
No fim acabei acertando parcialmente o que opinei, pois foi muito bem no Tricolor. Porém, seu comportamento extra-campo fez com que o clube lhe fechasse as portas, situações que se repetiram no Flamengo, assumidamente seu clube do coração e onde é idolatrado pela torcida.
Vale lembrar que, neste período, o Imperador deixou o Morumbi e retornou à Inter de Milão; anunciou uma pausa na carreira, para assinar com o rubro-negro um mês depois por saudades do Brasil e da família, sagrando-se campeão e artilheiro do Campeonato Brasileiro; um ano depois, jogou fora a chance de jogar a Coapa do Mundo 2010 e foi para o Roma, onde registrou seu maior fiasco na carreira.
Agora, confirmada sua contratação, só me resta deixar de lado os pontos negativos que apresentei e torcer para que o Imperador se dê a volta por cima com a camisa do meu time. Até analisando pelo ponto de vista de negócio, Adriano é um dos poucos jogadores capazes de suprir parcialmente a perda representada pela ausência de Ronaldo, pela exposição (positiva) do clube na mídia nacional e internacional e diferentes fontes de faturamento, como bilheteria de jogos, vendas de camisas oficiais e produtos licenciados e atração de patrocinadores.
Indiscutívelmente, futebol, idade e condições físicas para isto lhes sobram: basta apenas ele se convencer disto e querer mudar sinceramente. Além do mais, caso a estratégia da diretoria corintiana se confirme, ela terá conseguido uma proeza inimaginável e dificilmente alcançável no Brasil.
Basta imaginar se, além de propiciar o épico capítulo final da carreira de Ronaldo viabilizar financeiramente a presença do Fenômeno e de Roberto Carlos no clube, o Corinthians conseguir uma aparente improvável volta por cima de Adriano? Sem dúvida é uma aposta de altíssimo risco, mas, sem dúvida, altamente tentadora.
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