17 anos se passaram. E somente quem vivenciou a Copa do Mundo de 1994 para mesmo o seu real significado: nem adianta querer explicar. Afinal, eram 24 anos que o Brasil estava sem o título e, neste ano, poucas seleções deixaram o país tão desacreditadas e poucos técnicos sofreram uma fritura tão descarada como Carlos Alberto Parreira. Neste período, ainda vivíamos a dor e o luto provocados pela despedida de Ayrton Senna.
Mas os tempos também eram outros e me lembro bem deles, apesar de ter então 11 anos. Era absolutamente outro clima, em que realmente nos importávamos com a Seleção, que inclusive usava um uniforme digno de uma Seleção Brasileira.
Porque até podíamos criticar a formação tática do time, reclamar da convocação de um outro jogador, querer que determinado atleta entrasse, mas não importava: em campo, víamos 11 guerreiros. Sim, já vivíamos a era do profissionalismo, mas ainda pairava o sentimento de cada um dar o máximo de si e que o grupo deveria prevalecer, não o individualismo e os contratos publicitários de hoje.
Nos identificamos com os jogadores, pois muitos ainda jogavam no Brasil, e nos alegrávamos ao ver sair do banco um Cafu, um Müller, um Viola. E fora a expectativa que não se concretizou, quando nem ninguém podia sonhar que o garoto Ronaldinho viria a se tornar um fenômeno...
Assim, vimos então um Taffarel se agigantando nos momentos mais precisos; Aldair e Márcio Santos formando um verdadeiro paredão na zaga, enquanto Mauro Silva, Dunga e Mazinho fechavam o meio; a liderança de Jorginho; um desacreditado Branco ressurgir após Leonardo perder a cabeça; até mesmo Zinho, um tanto perdido na função de único armardor...
E, principalmente, uma da melhores duplas de atacantes de todos os tempos: Bebeto e Romário. Aliás, foi este o momento mais esplêndido do Baixinho com a camisa 11 amarela! E no fim das contas, a disputa de pênaltis, com o histórico erro do então melhor do mundo só veio a coroar o sufoco que foi aquela caminhada. É como falei: só mesmo quem viveu para saber!
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