Inspirado pelo corintianíssimo amigo Zé Carlos, deixo minha homenagem ao centenário do Palmeiras. Aqui foi um amistoso do time Master contra veteranos de Sorocaba, ocasião em que pude ter de perto uma pequena noção de quem foi o Divino Ademir Da Guia em campo.
Sem rivalidade, não há futebol. Corinthians e Palmeiras: sem um, não existe o outro. Isto literalmente, afinal, vocês nasceram de uma dissidência do Parque São Jorge, fazendo com que permaneçamos ligados pelo cordão umbilical até a eternidade.
Juntos, fazemos o verdadeiro e único Dérbi Paulistano. Juntos, fizemos jogos memoráveis e históricos, como o "Jogo das Barricas", quando nossas torcidas unidas arrecadaram dinheiro suficiente para impedir que o rival São Paulo fechasse as portas.
Se nos fortalecemos com 23 anos sem conquistas, vocês resistiram a 17 anos, que também não foram fáceis. Aliás, fila de 23 anos que começou após superarmos vocês e ganharmos o Paulista em 1954, ano do 4.º Centenário de São Paulo.
Fila na qual permanecemos até 1977, graças ao Paulista de 1974, quando vocês superaram nosso favoritismo e levaram a taça. Taça aliás que culminou com uma das maiores injustiças da história do Corinthians: a dispensa de Rivellino, acusado de tremer por um coração palmeirense na infância.
Já a fila de vocês acabou em 1993 justamente contra nós, quando o super-esquadrão montado pela Parmalat respondeu nosso 1x0, com Viola imitando um porco, com um sonoro 4x0 no jogo de volta. Com 10 anos, foi a primeira derrota que presenciei entendendo um pouco melhor o futebol: como foi dolorida!
Mas com certeza, muito menos dolorida que as duas eliminações seguidas nas Libertadores em 99 e 2000, com São Marcos fazendo a diferença nas disputas de pênaltis (um cara que torcedores de todos os times respeitam e admiram).
Claro, foram também inúmeros momentos inesquecíveis de alegria frente a vocês: o gol de Elivélton ao 13' do 2.º tempo da prorrogação; Marcelinho batendo na bola como só ele sabia; a embaixadinha de Edílson (com o Paulo Nunes apanhando!); os 5x2, em noite inspirada de Mirandinha e Donizete, o "Pantera Negra"; o cabeceio de Oséas para as redes alvinegras; o gol mais bonito que Tevez marcou pelo Corinthians (erroneamente anulado pela arbitragem); o histórico gol no retorno do Fênomeno (que derrubou até alambrado!); o irônico chute no vácuo do adoravelmente irritante Jorge Henrique...
Vi grandes jogadores saírem do Palestra Itália para brilharem ainda mais no Parque São Jorge, como o gigante Rincón, o capetinha Edílson, o matador-mercenário Luizão, o lateral/volante Rogério, o folclórico Amaral, o incansável César Sampaio e o lateral-esquerdo Roberto Carlos, um dos maiores do Brasil (embora tenha brilhado mais por ai, representou também no Timão)
Outros passaram por ai sem brilho para se consagrar no Timão, como o capitão Alessandro, o incansável Elias (nas categorias de base) e, claro: o craque Neto, que serei eternamente grato pela inexplicável troca por Ribamar!
Morri de raiva também quando vocês pegaram grande ídolos nossos, como o artilheiro Viola (filho do Terrão), o gênio Rivaldo e o inigualável Gamarra (longe da melhor forma, é verdade: até por isso, o perdoei...).
Óbvio, como lembrei no início, futebol é rivalidade! Sempre irei tirar sarro de vocês pelas derrotas bizarras, por cada vez que vocês estiverem na zona do rebaixamento, pelo mais de um ano sem patrocínio, pelos protestos da própria torcida, por cada pereba apresentado como "reforço", por cada "lesão" do Valdívia (uma das maiores enganações da história do futebol), e outras trapalhadas mais.
Mas com sinceridade, de coração, desejo que o Parmera pare de se apequenar cada vez mais! Afinal, uma rivalidade com 100 anos de história como a nossa não merece se enfraquecer pelo rival ter como grande objetivo permanecer na 1.ª divisão.
Por tudo que construímos e, espero que continuemos a construir juntos: PARABÉNS PORCADA!!!
(OBS: a foto é do também corintianíssimo Paulo Cesar Ochandio!)
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