Ansioso que estava desde a estréia, finalmente assisti hoje a Tim Maia - O Filme. Vale muito a pena: uma produção muito bem feita, fiel à biografia escrita por Nelson Motta e à reconstituição da época, incluindo a caracterização dos cenários e dos artistas. Robson Nunes e Babu Santana estão impecáveis encarnando o protagonista.
Se fosse dar uma nota, daria 8,5. Claro, sei que livro e cinema são linguagens diferentes, e pode ser simplesmente implicância de fã chato. Mas senti falta de alguns elementos, a confusão no registro do filho Telmo como Carmelo, a tentativa de emagrecer a base de chás junto com Carlos Imperial, o show do Morro da Urca que quase não aconteceu por medo de bondinho, as brigas com gravadoras até a fundação do próprio selo e o pouco espaço dado à fase Rei da Disco (neste ponto, a história dá um salto para a fase final, deixando de lado também os sucessos dos anos 1980).
Embora os atores tenham feito bons trabalhos, o fato da Janaína (Alinne Moraes) ter sido criada para sintetizar os amores Janete (com quem ficou mais tempo, entre idas e vinda) e Geisa (mãe de Léo e Carmelo) e outros personagens femininos e o Fábio (Cauã Reymond) não ser só o cantor paraguaio, mas vários músicos que conviveram com Tim ao longo da carreira, empobreceu um pouco a história, assim como a última mulher dele, Adriana, ser retratada como Patrícia e apenas uma secretária (por conta de brigas jurídicas com Carmelo) empobreceram um pouco a história.
Senti falta de algumas músicas importantes, como "Primavera" (o 1º grande sucesso), "Chocolate", "Meu País" e "Padre Cícero" (transformada posteriormente em "João Coragem").
Embora nestes quesitos, o Tim Maia - Vale tudo, o Musical tenha sido mais feliz, não tira em nada os méritos do longa. Em resumo, um filme que retrata o espírito de Tim Maia: excêntrico, temperamental, irresponsável, inconsequente, regada a excessos, que viveu tudo sem meios termos e, acima de tudo, genial.
Um roteiro muito bem construído onde as músicas não estão soltas, mas fazem sentido com a história e, claro, te fazem cantar do início ao fim da história do garoto que nasceu na Tijuca, virou o Tião Marmiteiro, começou com os Sptunicks, foi parar nos EUA aos 16 sem falar inglês e sem destino, passou por vários apuros até se tornar o Rei do Sou Brasileiro, Rei da Disco e Rei do Bailão, eternizando seu nome na história da música brasileira!
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