quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

De igual para igual


Manter a invencibilidade na 6ª rodada do campeonato mesmo após ter enfrentado dois grandes e conseguir arrancar 1 ponto do atual campeão Brasileiro é um feito considerável. Entretanto, segurar a vitória com competência até levar um gol em um lance polêmico aos 43’ do 2º tempo, novamente, frustrou e deixou um gosto amargo novamente.

Assim foi São Bento 1x1 Corinthians na noite de última quarta-feira. Aproveitando-se da falta de entrosamento do Timão pela escalação dos novos contratados, forçada por lesões e falta de condições físicas, o Bentão soube marcar bem e encarar de igual para igual.

Creio que o time sorocabano poderia ter ido melhor caso o técnico Paulo Roberto não errasse na escalação, ao optar por Serginho Catarinense no lugar do lesionado Clébson. A equipe trocou um meia criativo, inteligente, que sabe conduzir a bola e dar assistências por um volante lento, sem ritmo de jogo, que errou passes absurdos e matou jogadas de ataque.



Embora tenha a confiança do técnico, Catarinense já demonstrou nas partidas contra o Corinthians e o Palmeiras estar sem condições de disputar uma competição do nível do Paulistão. Caso o camisa 10 continue fora, defendo a escalação do meia Everton Senna ou até mesmo improvisar o lateral-esquerdo Marcelo Cordeiro no meio, pela qualidade técnica, força física e nível de assistências, além de já ter jogado no meio-campo no Inter-RS (que tinha Tite como técnico).


Senti a falta também das jogadas em velocidade do Azulão dos laterais Cordeiro e Bebeto (que substituiu Régis), mais preocupados com a marcação, que diminuiu a intensidade dos ataques pelos lados com Morais e Rossi, autor do gol sorocabano com um belo chute de efeito de fora da área.

No 2º tempo, Tite aos poucos trocou Maycon por Rodriguinho, Romero por Lucca e Willians por Luciano, que melhoraram a qualidade da saída de bola corintiana, que passou encurralar o Bentão. Mesmo assim, em uma de suas tradicionais subidas ao ataque, Eder chutou uma bola no travessão, que poderia ter definido o confronto, além de um forte chute de Marcelo Cordeiro que o goleiro Matheus Vidotto soltou dentro da área.



Do outro lado, Paulo Roberto mexeu conforme as possibilidades do elenco e o desgaste físico, com Fernandinho por Rossi, Edno por Anderson Cavalo e Serginho Catarinense por Alê. Porém, se o volante que saiu estava mal, o que entrou também, perdendo disputas de bola e errando passes de forma infantil, o que só aumentou a pressão alvinegra. Situação que preocupa, pois em caso de suspensão ou lesão de Fábio Bahia e Éder, além de Catarinense e Alê, o Bentão dispõe dos volantes Hygor (que não conheço) e Roberto (jogador limitado até mesmo na campanha da A2 em 2014).

Embora a arbitragem tenha dado quantidade absurda de faltas em favor do Corinthians, acertou ao não marcar um pênalti em cima de Anderson Cavalo, que preferiu se jogar na área ao invés de insistir em fazer o gol.



Diante de tanta pressão alvinegra, o gol saiu, num belo chute de fora da área de André, depois de jogada polêmica. Após assistir o lance umas três vezes, concordo que o meia Guilherme fez falta no zagueiro João Paulo, levantando o braço e fazendo cama-de-gato com o corpo. Concordo que o lance é difícil de ser marcado, mas sempre fica a pergunta: se trocássemos os personagens por um atacante do São Bento e um zagueiro do Corinthians, será que ele validaria o gol?

Apesar de tudo, sim, o resultado foi muito bom. Basta ao Azulão continuar neste ritmo, que a classificação virá. Sábado é uma boa oportunidade para confirmar isso, contra o Água Santa fora de casa, adversário que briga na ponta de baixo da tabela e não tem uma torcida no mesmo grau de intensidade e presença do que Botafogo, Ponte Preta e XV, por exemplo.



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